domingo, 13 de fevereiro de 2011

Os Professores não querem esta ADD. Como querem a "outra"?

Não, infelizmente não tenho a solução.

Sei que esta ADD não vale de muito. Tirei muito bom e fiquei satisfeito, não o nego. Mas será que o tirava noutra escola com outros critérios e outras cotas? Será que se houvessem mais interessados nesta nota ela sobraria para mim? Será que...

Então como seria a ADD ideal? Ainda não ouvi falar disto.

Que tal começarmos a pensar e apresentarmos sugestões?

Eu começo:

Um bom professor é o que quando encontra dificuldades tenta superá-las. Se não consegue à 1ª tenta de outra forma. Se não resultar, tenta de outra. Será que há dificuldades difíceis de superar? Claro. Mas tentou superá-las!

Como se pode medir isto? No meu estágio fazia um exercício diário de auto-crítica nas "reflexões" sobre as aulas que leccionava. Ainda hoje o faço, em menor escala, mas faço.

"Notei que o exercício tal não estava a correr bem e adaptei-o, puxando o cone mais para trás. Consegui o resultado esperado."

"O aluno aaaaa teve um mau comportamento. Parei a aula e chamei-o à atenção à frente de todos, o que o envergonhou e ajudou a que não o fizesse de novo. Mas quando tentei com o bbbbb não resultou. Na próxima aula vou falar com ele pessoalmente e tentar perceber o seu comportamento."

Como não podemos ter todas as aulas assistidas, este relatório ao ser lido pelo avaliador pode dar uma imagem do que somos e fazemos na aula. É claro que podemos mentir, pelo que as aulas assistidas não devem ser agendadas. Ou pelo menos, nem todas.

Eu farto-me de dar aulas "públicas", tantas vezes a Educação Física é dada no espaço exterior, e não tenho vergonha nenhuma de o fazer. Até me pode ajudar a dar mais atenção a um aspecto ou outro pois pode passar alguém e ver que estou a facilitar/errar nisto ou naquilo.

É claro que temos muitas turmas e muita papelada para preencher. Mais um relatório/reflexão? E porque não escolhermos uma turma e fazêmo-lo só para essa. Nas outras não há relatório, mas se tomamos estas atitudes/medidas numa turma também o fazemos nas outras.

Que tal esta sugestão? E que tal darem a vossa? Ou vamos só continuar a dizer mal desta?

Abraço!

8 comentários:

  1. Não sou contra a avaliação docente, contudo entendo que este modelo não serve. As cotas são o primeiro entrave a uma avaliação justa.
    O facto de os relatores serem avaliados pelos coordenadores que podem não ser do mesmo grupo disciplinar é outra situação ridícula.
    O carácter formativo da avaliação devia ser o mais importante. Como referes, a reflexão crítica é muito importante, mas quem lê ( Comissão de Avaliação p.exemplo) será que está apta a perceber que é mais importante reconhecer o que está mal e deve ser mudado ou, pelo contrário, valoriza as "flores". É complexo!
    Gosto do trabalho colaborativo, da partilha, da crítica construtiva e sinto que este modelo estraga mais do que constrói. Contudo, conheço alguns professores que só agora começam a dar "ares" de profissionalismo.
    Não é difícil perceber quem é profissional, quem tem uma boa relação com os alunos, quem se empenha na vida da escola. Por isso, sou da opinião que a avaliação devia ser qualitativa e ser efectuada pelo Director (depois de ouvido o coordenador de Departamento e de disciplina que é quem melhor deve conhecer os colegas). A proposta teria de ser validada por uma Comissão Pedagógica com função reguladora.
    Não é fácil encontrar um bom modelo mas este não.
    Maria José

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  2. Obrigado pela opinião.
    Destaco "Contudo, conheço alguns professores que só agora começam a dar "ares" de profissionalismo.". Se este mau modelo nos está a obrigar a rever o que fazemos já tem algum valor. Mas fazer só para "ser bonito" uma vez ou outra (quando a aula é assistida, ou quando organizamos alguma actividade) também não chega...

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  3. 1. Concordo que as aulas assistidas devem ser sem data nem hora marcada.

    2. Acho que a organização burocrática não é chamada para a avaliação, porque um professor brilhante não é necessariamente uma secretariazinha muito organizadinha. Planificações, dossiês e portfólios não dizem NADA da qualidade de um professor.

    3. O desempenho de cargos tem de ser um aspeto totalmente MARGINAL na avaliação. Apesar de isso favorecer os nabos, que nunca são sobrecarregados com responsabilidades.

    4. O avaliador tem SEMPRE de ser um professor de referência, do ponto de vista académico, profissional e ético. (Claro que assim a avaliação ficava MUITO mais cara).

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  4. João, obrigado pelo comentário.

    Todos planificamos, nem podia ser de outra maneira, é indispensável. Portanto discordo consigo neste ponto. Agora se tem que ser um documento muito bonitinho feito a computador é que já é outra questão.

    Quanto aos cargos há sempre a questão se eles são assumidos voluntariamente ou "por convite obrigatório". E há pessoas mais competentes do que outras para cada cargo, pelo que a avaliação neste campo até pode ser possível (mas aceito que seja discutível.)

    A confrontar ideias é que avançamos.

    Abraço!

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  5. A avaliação das planificações levanta-me um problema: não há um modelo unívoco, mas muitas pessoas só conhecem (mal) um modelo e pensam que é único e quem não o seguir é considerado ignorante.

    Levanta-me outro problema: planificação é um assunto vasto, que vai de um plano geral para o ano letivo (por exemplo), até ao (para mim) limite do absurdo que é exigir-se planos de aula escritos para todas as aulas.

    E ainda me levanta outro problema, que é o que já referiu: o dos documentos bonitinhos, encapados e com lacinho, muito prezados por certo tipo de gente que aposta mais no superficial do que no conteúdo.

    Quanto à avaliação de cargos, a existir, acho que deve ser um capítulo à parte. Precisamente porque os incompetentes são muitas vezes poupados até mesmo à nomeação e, por outro lado, os cargos são muitas vezes burocracia inútil.

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  6. Mas aí deve entrar o confronto de ideias. Desde que tenhamos uma boa defesa para o que apresentamos (e não apresentamos só porque A ou B gostam ou também seguem) podemos melhorar ( a nossa ou a dos outros, ou mesmo ambas).

    É claro que o avaliador tem que estar aberto a novas perspectivas...

    Abraço!

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  7. Deves ser um professor e tanto, eu gostava era de te ver dar aulas a sério. 29 alunos dentro de uma sala e a teres de ensinar matéria a sério mesmo e ter que preparar aulas a sério, a fazer e a corrigir testes a sério. Agora como fazes o que fazes tens tampo para paneleirices

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  8. Poderia não ter permitido a visualização deste comentário, mas creio que no fundo ele é bastante interessante: há opiniões para todos os gostos, umas mais informadas, outras mal intencionadas, outras ainda que não interessam a ninguém, etc, etc, etc... Podemos ver a pessoa pelo que ela pensa/transmite...

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Porque me interessam outras opiniões! Tentarei ser rápido a moderar o que for escrito, para poder ser publicado.