sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E quando os alunos falham por má gestão do tempo?

Aqui está um problema de muitos alunos. Aconselho a leitura.

"Gerir o tempo nos testes

Adriana Campos - Educare

Com frequência, encontro jovens que, durante os testes, têm a atenção perturbada por ideias do tipo: "Quando estou num teste, começo a pensar que os outros colegas sabem mais que eu e irão obter melhores resultados."...



"Tenho um filho de 14 anos que está no 8.º ano na escola portuguesa de Moçambique e nunca conseguiu acabar um único teste, deixa sempre duas ou três perguntas. Em resultado disto já chumbou um ano e tenho receio que este ano se repita. Estou sempre a ajudá-lo mas continua sempre com o mesmo defeito. Já tentei pedir aos professores para lhe darem mais tempo, mas não dão. Inscrevi-o na escola virtual da Porto Editora para tentar incentivá-lo a estudar. Sei que nas perguntas que não faz no teste não é porque não sabe, mas porque não tem tempo para concluir. É um aluno de negativas constantes e não consegue ser rápido no raciocínio, mas se lhe dão tempo ele consegue. Neste primeiro período teve três negativas: a Matemática, Português e Francês. Será que existe algum curso para a gestão do tempo nos testes para adolescentes? Como ajudar?"

Ana Gomes



A realização de testes é fonte de grande ansiedade para muitos estudantes. Para este adolescente, a ansiedade deve ser bastante elevada, dado que a sua história escolar é marcada por algum insucesso. O medo de falhar é, certamente, algo que perturba a sua capacidade de concentração, dado que ele parte para as tarefas cada vez menos confiante.

Tentar perceber o tipo de pensamento que lhe ocorre durante a realização de provas escritas e ajudá-lo a controlar pensamentos negativos será, seguramente, de grande importância. Com frequência, encontro jovens que, durante os testes, têm a atenção perturbada por ideias do tipo: "Quando estou num teste, começo a pensar que os outros colegas sabem mais que eu e irão obter melhores resultados." ou "Estou sempre a pensar que o teste me está a correr mal e que o resultado final será negativo." Quando os jovens tomam consciência do efeito perturbador que estes pensamentos têm no seu desempenho e os aprendem a questionar e a controlar há avanços positivos.

Um outro aspecto muito importante e que poderá ser facilitador de uma melhor realização é o conhecimento exacto das palavras mais frequentemente utilizadas nos testes. Quando analiso com os alunos os motivos da não realização de algumas questões ou mesmo o facto de as errarem, o que constato é que não compreendem o que é pedido. Concretizando, para poder responder de forma correcta é fundamental perceber as palavras com que iniciam a maioria das questões, tais como: analisar, avaliar, comparar, criticar, definir, descrever, identificar, relacionar, esquematizar, ilustrar, etc.

Os aspectos apontados podem contribuir para que o tempo previsto para o teste não seja suficiente para o concluir. Contudo, a má gestão é outro factor a ter em conta. Para a boa gestão do tempo disponível, é fundamental começar por ler o enunciado do princípio ao fim. O estudante não deverá avançar para as respostas antes de uma leitura de todas as questões. À medida que o enunciado é lido, deve tentar perceber o tipo de resposta que lhe é exigido, se é curta ou exige desenvolvimento, se para ele é difícil ou se facilmente responderá. Desta forma poderá tentar distribuir o tempo disponível pelas diferentes questões o melhor possível. Este é um exercício que poderá ser treinado pegando em testes que foram realizados anteriormente. Por exemplo, esta mãe poderá utilizar o último teste realizado e tentar ver com o filho, de forma muito concreta, como o tempo poderia ser correctamente distribuído pelas diferentes questões, depois de analisado o tipo de pergunta e o grau de dificuldade.

Sempre que o estudante recebe um teste negativo, é fundamental analisar com ele os motivos que conduziram ao insucesso. Pode ter sido a dificuldade de compreensão de algumas questões, a utilização de um tipo de resposta não adequada à pergunta, o desconhecimento de uma matéria específica ou pensamentos parasitas como os referidos acima, por exemplo. A compreensão das razões que levaram aos baixos resultados pode facilitar a criação de uma atitude mais positiva e a adopção de estratégias de remediação, bem como auxiliar a contrariar a ideia de que o insucesso foi o resultado da falta de capacidades.

Se o insucesso continuar apesar da utilização das estratégias aqui sugeridas, então o melhor é pedir ajuda a um técnico especializado, nomeadamente um psicólogo, no sentido de analisar de forma mais cuidadosa os motivos do problema e encontrar outras estratégias."


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Abraço!

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