E que tal dialogar e lutar? Um meio termo será possível?
Queremos resultados. Se são conseguidos por luta ou diálogo...
Boa sorte para os dois. Boa sorte para nós!
"Professores. Nove sindicatos partem para a guerra. Um acredita na paz
Dois percursos sindicais com dois resultados distintos: João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional da Educação (FNE), afastou-se dos protestos contra os cortes no ensino público e assegura que o Ministério da Educação abriu a porta para negociar logo após o Carnaval; Mário Nogueira, líder da Fenprof, organizou uma Plataforma da Educação, mobilizou sindicatos, pais, professores e psicólogos e não afasta greves e manifestações para pressionar a tutela. Não só está indignado por o ministério ter "recusado negociar" com a sua federação a semana passada, como acusa a equipa de Isabel Alçada de "iludir" o sindicato que não alinhou com a maioria.
A FNE não aderiu à Plataforma da Educação nem ao pré-aviso de greve às horas extraordinárias, porque quis deixar a porta entreaberta a futuras negociações com a tutela. A recompensa chegou esta semana: o ministério aceitou sentar-se à mesa com a federação a partir do Carnaval e, ao fazê-lo, deu o primeiro sinal de estar disposto a recolocar na agenda alterações ao modelo de avaliação, um concurso para os professores contratados e para os que dão aulas longe de casa e ainda outras regras na organização do tempo de trabalho docente. Nada está decidido, mas, ao anunciar o regresso ao diálogo com o governo, a FNE tornou-se, por enquanto, o único sindicato com hipótese de chegar a um entendimento.
Substituição A Federação Nacional da Educação assegura não ter abandonado a batalha para substituir o modelo de avaliação, só que prefere começar por corrigir os defeitos do actual sistema ainda este ano lectivo e, mais tarde, lutar pela substituição. Devagar se vai ao longe, é a estratégia de Dias da Silva para conseguir que, no próximo ciclo lectivo, os professores tenham novas regras de avaliação: "Para já vamos discutir a simplificação dos procedimentos burocráticos, mas em Setembro queremos um modelo substituto", esclarece o dirigente do sindicato afecto à UGT.
A estratégia da FNE de lutar por um novo modelo por etapas não é, porém, bem acolhida pela Fenprof. "A avaliação deve ser suspensa de imediato, e não corrigida", diz Mário Nogueira.
Além do modelo de avaliação, a FNE reivindica um concurso para integrar os contratados nos quadros e a mobilidade dos docentes entre escolas. Apesar dos cortes anunciados, Dias da Silva acredita na possibilidade de serem encontradas "soluções alternativas [para lançar concursos] sem impactos orçamentais imediatos".
A FNE arranca sozinha para as negociações, mas avisa que não faz questão de estar só neste processo: "Vemos isto pelo lado positivo. Vamos explorar caminhos que ainda estão abertos e queremos que o processo envolva todas as organizações."
O secretário-geral da Fenprof, por seu turno, responde que quando a sua federação quiser negociar não é à FNE que vai recorrer. "Não precisamos que nos dêem as mãos para negociar, temos pezinhos para lá chegar", diz Mário Nogueira, que duvida até que esta negociação chegue algum dia a acontecer. Das duas uma, diz o dirigente: "Ou a FNE está a dizer uma coisa que não vai acontecer ou o ministério está a iludir a FNE." A concretizarem-se as negociações, o processo será ilegal, alerta o líder da Fenprof: "Uma negociação tem regras. Exige uma convocatória para todos estarem presentes."
A irritação do secretário-geral da Fenprof é ainda maior porque há uma semana, numa reunião com o ministério, terá recebido mais uma recusa da tutela. "Nunca recusámos negociar. E se partimos para a greve contra as horas extraordinárias foi porque esperámos dois meses por uma resposta", explica.
Na mesma semana em que a FNE espera iniciar as conversações com o ministério, Mário Nogueira estará do outro lado da arena, numa manifestação no Campo Pequeno, a reivindicar o direito a negociar com a tutela."
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