terça-feira, 31 de maio de 2011

Um olhar sobre o espaço das Escolas

Um texto pertinente que nos põe a reflectir, sobre os espaços destinados à "brincadeira" nas escolas.

Como professor de Educação Física reconheço a importância do jogo na aprendizagem dos conteúdos que ensino aos alunos. Mas o jogo sai da Educação Física e vai para o recreio. E aqui também se aprende (pode-se aprender) muito...

"Fábricas de anjos barrocos

Paulo Périssé - Educare
Não seria exagero afirmar que a maioria das escolas impõe às crianças um regime deapartheid ou de segregação com a Natureza.

A expressão do título não é uma invenção minha, é de um amigo. Entretanto, considero-a graficamente tão expressiva que já faz parte do meu repertório há algum tempo. Quem quer que tenha entrado numa igreja barroca, certamente reparou que os anjos que lá se encontram só têm rosto e asas. Não possuem corpo. Pois bem, é assim que, muitas vezes, as escolas concebem as crianças. Ou seja, como se elas só tivessem cabeça e como se o corpo, simplesmente, não existisse.

A escola enquanto instituição está segura de que seu papel é ensinar História, Geografia, Ciências, a ler, a escrever, a contar e a realizar as quatro operações. Mas, se o processo não ocorre dentro da cabeça da criança, a situação já não é encarada com a mesma certeza. Pelo contrário, a tendência é considerar que tal não é responsabilidade da escola. Que lástima!

Basta observar, com atenção, a maioria dos espaços físicos das escolas. É comum a preocupação em oferecer edifícios modernos, equipamentos de última geração, instalações e mobiliário de primeira categoria, enquanto que os espaços para brincar são, frequentemente, acanhados e até empobrecidos. E, surpreendentemente, quanto menores são as crianças, menor parece ser também a preocupação com estas áreas, já que, com frequência, são ridiculamente inadequadas.

É um facto cientificamente comprovado que o desenvolvimento do cérebro é sensível à quantidade e ao tipo de estimulação que o organismo recebe, sobretudo, na infância. Por exemplo, experiências demonstram que ratos que vivem num ambiente experimental complexo, com mais desafios, desenvolvem um maior número de arborizações sinápticas do que os que vivem em ambientes pobres. Por outras palavras, os seus neurónios estabelecem mais conexões com outras células nervosas, formando redes neurais mais intrincadas e extensas. Portanto, a riqueza e diversidade do ambiente refletem-se, de forma salubre e vital, na constituição anatómica do cérebro. Dito de outra forma, o ambiente pode favorecer o desenvolvimento neurológico ou prejudicá-lo.

Embora reconhecendo que uma análise crítica rigorosa das áreas de recreação escolar possa gerar, potencialmente, assunto suficiente para encher alguns livros, irei limitar-me a fazer apenas dois breves reparos, referentes aos tipos de piso e à presença da natureza nestes sítios.

São raríssimas as escolas que oferecem solo orgânico e irregular nas áreas de recreio. Na infância, as crianças devem poder brincar em terrenos com irregularidades e desníveis, uma vez que estas superfícies favorecem o desenvolvimento do equilíbrio e dos ajustes posturais adaptativos, contribuindo, assim, para uma organização neurológica saudável. O sistema nervoso central precisa de ser desafiado por chão que exija adaptações inesperadas e constantes de postura. No entanto, como a grande maioria das escolas oferece apenas pátios de cimento ou de piso cerâmico, nas áreas de recreação, as crianças só brincam em piso plano e nivelado. Ficam, por isso, e a cada passo, destituídas da oportunidade de traduzir o estímulo do piso em possibilidades de estabilidade.

Além disso, as plantas dos pés das crianças mais pequenas precisam de estimulação. Por isso, é importante, durante a infância, andar descalço em solo orgânico, sempre que o clima permita. Tal proporciona o contacto direto com uma diversidade de texturas, densidades, temperaturas e contornos que massajam a planta do pé, à medida que a criança anda. E, como a representação da planta do pé no córtex sensorial é relativamente extensa, em comparação com outras partes do corpo, e suas projeções nervosas para outras áreas também, a estimulação da planta dos pés contribui para manter o tonus cortical ativado. É lamentável que na cultura ocidental, sobretudo nos centros urbanos, as crianças não tenham mais o hábito de andar descalças. Começam muito cedo a usar sapatos, privando, assim, a sola do pé desta estimulação benéfica.

Além de possuírem solo orgânico irregular, as áreas de recreação devem ser amplas e desimpedidas, de modo a serem um convite à corrida. Correr é natural da cultura da infância. Se há espaço e se sentem livres, seguros e bem dispostos, os miúdos preferem deslocar-se em grande velocidade. Isso também é importante para o desenvolvimento do equilíbrio, mas há outros benefícios. Sabe-se, por exemplo, que os exercícios aeróbicos são altamente benéficos para o sistema cardiovascular. Além disso, a atividade física vigorosa favorece a produção de substâncias no cérebro denominadas endorfinas, que melhoram a memória, aumentam a resistência, a capacidade do sistema imunológico e a disposição física e mental, além de proporcionar uma sensação de alegria e bem-estar que mantém a mente mais predisposta para aprender. Mas se não há espaço, ou se a área é obstaculizada com excesso de brinquedos que impedem a corrida, as crianças nunca correm, limitando-se a andar ou brincar no mesmo lugar.

O segundo aspeto sobre o qual eu gostaria de refletir é a importância da presença da natureza no lugar onde as crianças brincam, isto é, onde elas possam manusear as pedrinhas, sementes e amêndoas, apalpar as diferentes texturas das ervas, cavar na terra, juntar gravetos e tocos, aspirar os diferentes aromas, caminhar sob as sombras de árvores e observar os insetos em seu habitat. Brincar na Natureza e com a Natureza precisam de estar presentes nas escolas.

Contudo, não é isso que, com frequência, acontece. Não seria exagero afirmar que a maioria das escolas impõe às crianças um regime de apartheid ou de segregação com a Natureza. Raramente se vê nos espaços de recreio árvores e plantas e, quando as há, geralmente encontram-se em vasos ou fazem parte de algum jardim ou de um canteiro, onde não se pode nem pensar em pisar. E o que dizer de escolas que têm pátios com relva sintética? Que horror! Será que ninguém se pergunta que conceção de educação e de criança se esconde por trás desses quadros deprimentes?

A única conclusão lógica a que se pode chegar, a meu ver, é a seguinte: que escolas destituídas de natureza e que oferecem apenas recreação em betão, com pátios cimentados, pisos planos, paredes monocromáticas, espaços mal ventilados e janelas altas ou cobertas que, muitas vezes, não permitem ver o lado de fora e até obrigam à substituição da iluminação do sol pela luz elétrica, revelam uma forma subtil de depreciação. Por outras palavras, desprezam a Natureza ou, na melhor das hipóteses, tratam com indiferença perversa a relação da criança com a Natureza.

É bem verdade que nos últimos anos se tem ouvido falar muito da chamada educação ambiental, mas que ilusão! Na educação fabril de anjos barrocos isto não passa de uma disciplina quimérica, que aborda o assunto por meio de livros e de aulas teóricas, e que pretende que as crianças aprendam sobre a Natureza, ouvindo palestras, assistindo a vídeos, apresentações de PowerPoint e observando fotografias. Chega a ser burlesco! Como se pode esperar que as crianças aprendam a respeitar o que não conhecem intimamente?"

Aluno Filósofo

Mais um aluno de parabéns. Filósofo e empreendedor, meteu mão à obra e criou uma delegação nacional para representação do país nestas Olimpíadas.


E é necessário mostrar o que temos de bom, já chega de tanto "deita abaixo", com tudo o que está mal. Olhar os casos positivos como meio de inspiração para nos levar a fazer cada vez mais melhor.

"Educação: Aluno português ganha medalha de prata nas Olimpíadas Internacionais de Filosofia


Lisboa, 31 mai (Lusa) -- Um aluno português conquistou uma medalha de prata na 19.ª Olimpíada Internacional da Filosofia, em Viena, onde concorreu por iniciativa própria, contando apenas com o apoio de um professor, já que a prova não se realiza em Portugal.


José Gusmão Rodrigues é aluno do 12.º ano na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, mas frequenta já algumas cadeiras de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa por ter revelado, desde os 13 anos, uma aptidão "excecional" para a filosofia, contou hoje à agência Lusa o professor Domingos Diogo Correia, que o acompanhou a Viena.


Foi o próprio aluno que, ao ter conhecimento das Olimpíadas de Filosofia, "se pôs a pesquisar na Internet" e conseguiu autorização para, com o professor de há dois anos, constituir uma delegação nacional e apresentar-se em prova, revelou o docente."






Abraço!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cyberbullying

Já devem ter uma ideia do que é só pelo nome. Do "cyber" tiram logo a ideia de "tecnológico, informático" e do "bullying" já ouviram falar.


Assim, cyberbullying "é um ato agressivo intencional perpetrado através do recurso a dispositivos eletrónicos de comunicação, como a Internet e o telemóvel", nas palavras de Armanda Matos, investigadora na área da educação para os media e das tecnologias da informação e comunicação, nesta entrevista ao educare.


Muito "simplificadamente" difere do bullying pois sai da escola e acompanha sempre a pessoa. 


As novas tecnologias estão aí para o bem e para o mal. A supervisão parental assume um papel muito importante, pois os miúdos podem não saber como se defender destas formas de agressão.


O filho fechado no quarto não está seguro. Os "males" não estão só na rua...





Armanda Matos: “O cyberbullying acompanha as crianças e os jovens até casa”
Andreia Lobo - Educare
"Pode ser um problema multiplicado tantas vezes quantas o meio permitir. Emails insultuosos. SMS difamatórios. São exemplos de agressões que praticadas de forma repetida podem ser consideradas atos de cyberbullying e estar a vitimizar qualquer jovem e criança.
A intenção pode ser a de agredir, ameaçar ou insultar a vítima. O cyberbullying "é um ato agressivo intencional perpetrado através do recurso a dispositivos eletrónicos de comunicação, como a Internet e o telemóvel", define Armanda Matos, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra.

Mas algumas situações de cyberbullying podem estar a ser "encaradas com alguma ligeireza", alerta a investigadora que, em Portugal, integra uma equipa que participou na elaboração de um manual europeu sobre esta problemática. "Qualquer suspeita de que possa estar a acontecer um ato de cyberbullying tem de ser levada muito a sério."

"Agir Contra o Cyberbullying", assim se intitula o manual, foi pensado para a formação de formadores que trabalham a problemática com diferentes grupos-alvo: pais, famílias, escolas, jovens e crianças. Inserido no projeto CyberTraining, a criação do manual envolveu oito países: Alemanha (coordenação), Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Bulgária, Suíça e Noruega. E foi apoiado pela Comissão Europeia através do Lifelong Learning Programm e do sub-programa Leonardo da Vinci.

A importância do tema tem suscitado a atenção de Bruxelas. Depois da elaboração do manual, os países envolvidos na iniciativa vão agora desenvolver cursos de formação em dirigidos aos pais. "As situações de cyberbullying estão envoltas em algum secretismo, as vítimas e os agressores não contam a ninguém o que está a acontecer. Mas quando contam, fazem-no aos pais." E, aqui reside, segundo Armanda Matos, a justificação para este novo projeto.

A participação portuguesa no CyberTrainning for Parents fez-se através da mesma equipa da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade de Coimbra, que participou na criação do manual. Para além de Armanda Matos, Teresa Pessoa e João Amado compõem o grupo de investigadores portugueses.

Portugal terá a seu cargo a avaliação dos cursos que já estão a ser implementados nos diferentes países envolvidos no projeto. Armanda Matos adianta que estes cursos podem vir a acontecer em sessões presenciais mas também em regime de e-learning. Vão também ser dirigidos a formadores de pais. "Com vista a ter um efeito multiplicador", explica.

Em entrevista ao EDUCARE.PT, Armanda Matos, investigadora na área da educação para os media e das tecnologias da informação e comunicação, lançou algumas pistas para a compreensão do cyberbullying. Um fenómeno desvalorizado que faz da Internet um aliado cruel.

EDUCARE.PT (E): O que é o cyberbullying?
Armanda Matos (AM):
É um ato agressivo intencional perpetrado através do recurso a dispositivos eletrónicos de comunicação, como a Internet e o telemóvel. Um dos critérios para se considerar estarmos perante uma situação de cyberbullying é o facto de esses atos acontecerem mais do que uma vez. Essa repetição pode ser quantificada através do número de vezes em que uma mensagem insultuosa ou imagens colocadas online são encaminhadas e visionadas.

E: Uma repetição que sendo feita através da Internet pode ser infinita...
AM:
Para além deste aspeto da repetição, há a intenção de agredir, ameaçar ou insultar, enfim, de causar danos à outra pessoa.

E: Que formas assume?
AM:
Depende do critério a considerar. Se nos centrarmos nos dispositivos utilizados podemos distinguir entre o cyberbullying cometido através da Internet, dos chats, do e-mail, das redes sociais, ou através do telemóvel, por SMS ou MMS enviados.

Mas podemos falar em diferentes modalidades em função da ação que é exercida. E, nesse caso, podem ser atos que visam o denegrir a imagem do outro, enviando mensagens ou colocando imagens que, de alguma forma, são insultuosas. Podem ser atos que consistam em discussões muito inflamadas no Messenger, ou na violação da privacidade e divulgação de dados ou de informação pessoal.

E existe ainda a despersonificação que é o ato de tomar a identidade da vítima e enviar e-mails ou mensagens fazendo-se passar por ela, dizendo mal dos seus amigos, e colocando-a numa situação muito delicada. Portanto, existem diferentes formas de exercer atos deste género recorrendo às tecnologias da informação e comunicação.

E: Este tipo de atos é mais comum do que se pensa?
AM:
É mais comum do que se pensa porque as características do cyberbullying não estão devidamente divulgadas. Por isso, é natural que aconteçam atos deste género em diferentes contextos, mas que não são assim catalogados por não existir essa informação.

Em termos de frequência, há números diversos, porque as investigações partem de diferentes conceitos e instrumentos para medir o cyberbullying. Por exemplo, uma coisa é perguntar se no último ano foi vítima de alguma ação deste género, outra é perguntar se alguma vez foi vítima de uma ação deste género. Isto conduzirá a resultados diferentes.

Mas há vários estudos que apontam para números que rondam os 10%, em diferentes países, sendo que um realizado pela Microsoft, em 2009, refere percentagens bem mais elevadas que rondam os 30%. Em Portugal, estão feitos estudos com amostras relativamente pequenas e que não são representativas, mas que têm apontado para os 6%.

E: De que modo se distingue do bullying?
AM:
O cyberbullying tem várias características que lhe são específicas e que estão associadas ao seu impacto. Alguns autores consideram até que há um maior impacto no cyberbullying, embora esta posição não seja consensual. Uma das características é a possibilidade do anonimato, que não acontece sempre, mas verifica-se em muitas situações.

Por um lado, a vítima não sabe quem a está a agredir, a perseguir, a ameaçar ou a denegrir. Por outro lado, o agressor sente que está a atuar num ambiente relativamente protegido, uma vez que não sabem quem ele é. Esta situação deixa as vítimas numa grande vulnerabilidade. Outro aspeto interessante é que no cyberbullying o agressor tem assim poucas possibilidades de perceber as consequências dos seus atos, ou seja, o impacto que pode ter na vítima.

E: Enquanto no bullying o impacto é visível...
AM:
E, por isso, a possibilidade de empatia em relação à vítima e de compreensão do seu sofrimento no cyberbulling é menor. Mas para além do anonimato, há outra característica que é particularmente importante: o facto de o cyberbullying poder ocorrer a qualquer hora e em qualquer lugar, ao contrário do que se passa com o bullying, onde há possibilidade de proteção uma vez que acontece nos recreios, nos pátios ou na saída da escola.

E: Para evitar o bullying pode-se mudar o aluno de escola...
AM:
O cyberbullying também tem levado a consequências desse género. Mas o que acontece muitas vezes é que os atos de bullying estão associados aos de cyberbullying, ou seja, acontecem simultaneamente.

E: Alguns atos de cyberbullying são desvalorizados por serem vistos como brincadeiras. Isto é grave?
AM:
Isso tem a ver com a falta de informação e a necessidade de sensibilização para a gravidade destes casos. Situações que podem ser encaradas com alguma ligeireza não o devem ser. Qualquer suspeita de que possa estar a acontecer um ato de cyberbullying tem de ser levada muito a sério. É obvio que quanta mais consciencialização houver para o problema mais fácil será identificá-lo e apoiar as vítimas.

E: É a pensar na consciencialização que surge o manual europeu "Agir Contra o Cyberbullying".
AM:
O manual foi pensado de forma a responder às necessidades dos diferentes grupos-alvo a que se destina. A construção foi fundamentada em dois estudos. O primeiro envolveu uma análise de necessidades de formadores de diferentes países da Europa, e foi conduzido pela equipa portuguesa. O segundo estudo foi conduzido pela equipa alemã, que é a coordenadora do projeto, e juntou diferentes especialistas para conhecer o estado da arte em relação ao problema e as abordagens que têm sido adotadas em vários países, para lidar e intervir.

E: Disse que o manual não constituía um receituário...
AM:
Porque deve ser usado de forma flexível conforme as necessidades dos formadores e dos formandos. Um formador que esteja muito familiarizado com as tecnologias da informação e comunicação (TIC) e as questões da segurança na Internet e vá trabalhar com os jovens que também utilizam as TIC e não tenham necessidade de conhecer os seus conceitos pode passar à frente o respetivo módulo. Se o formador vai trabalhar com pais pode começar diretamente no módulo que lhes é destinado ou aplicar alguma atividade interessante do capítulo dedicado aos jovens mas adaptando-a.

E: Os professores podem usar o manual nas suas aulas?
AM:
Um dos capítulos tem mesmo como tema o trabalho com escolas. O objetivo é dar apoio, informação e recursos aos diversos agentes escolares - psicólogos, professores, equipas específicas ligadas a projetos que se desenvolvem nas escolas - para poderem fazer formação sobre cyberbullying. Existem muitas sugestões de atividades no manual que os professores podem desenvolver com os seus alunos.

E: O manual também se destina a trabalhar estas questões com os pais. Até que ponto isso é importante?
AM:
É extremamente importante, porque o cyberbullying acompanha as crianças e os jovens até casa, não se circunscreve ao contexto escolar. As situações de cyberbullying estão envoltas em algum secretismo, as vítimas e os agressores não contam a ninguém o que está a acontecer. Mas quando contam, fazem-no aos pais. É muito menos frequente contarem aos professores ou a pessoas da escola. Por isso, os pais têm de saber o que fazer quando se veem confrontados com um filho que diz estar a ser vítima ou a vitimizar outros. E têm também de saber como detetar casos deste género, ou seja, que sinais e sintomas os filhos podem apresentar se estiverem envolvidos em situações deste género.

E: Quais são os sinais mais frequentes?
AM:
Alterações bruscas de comportamento relativamente ao uso das tecnologias, estamos a falar de uma criança ou jovem que habitualmente passe muito tempo no computador e de repente o ponha de lado. Ou que se sinta ansioso depois de estar a trabalhar no computador ou de usar o telemóvel. Situações de isolamento em que as crianças ou os jovens evitem o contacto com as outras pessoas. E depois existem sintomas físicos, como a ansiedade, o stress, a dificuldade em ir para a escola, por dores de barriga ou de cabeça.

E: Mas esses são sintomas comuns ao bullying...
AM:
Sim, sendo que o aspeto diferenciador são as mudanças de comportamento associadas à utilização das tecnologias.

E: Existem crianças e jovens mais vulneráveis ao cyberbullying?
AM:
Há grupos mais vulneráveis, tanto ao cyberbullying como ao bullying, que requerem mais atenção por parte dos adultos. Crianças ou jovens que apresentem algum tipo de deficiência, ou necessidades educativas especiais, que normalmente não "alinham" nos interesses e nas brincadeiras dos colegas, ou seja, que tenham um perfil um pouco diferente e se afastem da corrente principal e grupos minoritários, como os imigrantes."



Abraço!

Educação Finaceira

Já aqui tinha falado, e mesmo defendido,  da necessidade de uma disciplina (ou, pelo menos, da inclusão nos programas) de educação Financeira.

Coisa simples como preencher um cheque, saber comparar preços, gerir o dinheiro da mesada, entre outros.

Espero que esta medida seja o primeiro passo e que tenha sucesso:

"Ministério da Educação

Educação Financeira – Estratégia de Intervenção no Sistema Educativo

O Ministério da Educação, representado pela Ministra Isabel Alçada, e o Banco de Portugal, representado pelo seu Governador, Carlos da Silva Costa, assinaram hoje o protocolo Educação Financeira – Estratégia de Intervenção no Sistema Educativo.

O documento estabelece os termos e condições de colaboração entre o Ministério da Educação e o Banco de Portugal, com vista à definição de um referencial de Educação Financeira na educação pré-escolar, nos ensinos básico e secundário e na educação e formação de adultos. O protocolo tem ainda por objectivo estabelecer uma regulação das condições para a participação das instituições de crédito, sociedades financeiras e suas associações nas iniciativas de Educação Financeira em espaço escolar.

No âmbito desta parceria, o Ministério da Educação fica incumbido, entre outras matérias, de organizar documentos de apoio à Educação Financeira que permitam aos alunos e formandos ter contacto com matérias como os produtos financeiros básicos, o planeamento e gestão de um orçamento, a prevenção de riscos, a poupança e o endividamento.

O Ministério da Educação e o Banco de Portugal comprometem-se ainda a elaborar um código de conduta destinado a enquadrar a participação das instituições de crédito, das sociedades financeiras e das respectivas associações nas iniciativas de Educação Financeira em espaço escolar.

O protocolo hoje assinado é válido por um período de três anos e poderá ser renovado por iguais e sucessivos períodos de tempo."


Abraço!

domingo, 29 de maio de 2011

País deve funcionar como uma orquestra

É claro que sim: todos afinadinhos, cada um a fazer o que deve fazer e todos juntos por um bem comum.

E que tal dizermos que o governo deve funcionar como uma orquestra? O problema é que estes últimos concertos têm sido maus para os ouvidos, a desafinação é enorme, trabalham todos para o bem deles e não fazem ideia do que andam a fazer (ou sabem e não se interessam pelas consequências)...

"País deve funcionar como uma orquestra - Ministra da Educação
De Francisco Fontes (LUSA)

A ministra da Educação comparou hoje uma orquestra àquilo que deve estar presente no desenvolvimento do país, uma unidade de esforços que supera a mera soma individual.


Isabel Alçada, que ao princípio da noite de hoje encerrou em Coimbra o "Mima", o encontro regional do Centro de escolas de música, salientou que uma orquestra "é o exemplo de trabalho individual que produz trabalho coletivo que supera em muito" a junção dos esforços de cada um.

Na sua perspetiva, cada um, no seu desenvolvimento pessoal, e na sua autonomia "leva mais longe o resultado"."

Abraço!

Reformas de junho - Professores e Educadores

Desta vez chega um pouco mais tarde, mas chega.

Já está disponível há algum tempo, mas, como sabem, a minha vida anda um pouco alterada e não consigo fazer tudo o que quero quando quero...

Estes colegas deixam as Escolas em junho:


Abraço!

sábado, 28 de maio de 2011

Porque temos mesmo que estar sempre a aprender!

E não é preciso mais um mestrado, seguido de doutoramento e depois de um curso qualquer conseguido lá por fora...

O "sempre a aprender" é possível na escola, enquanto trabalhamos e reflectimos sobre o nosso trabalho. Continuamos Professores mas não deixamos de aprender.

E há uma frase, que não pode ser levada muito à letra, que costumo adoptar (não é original minha, mas não me recodo do nome da pessoa que a usava também muito): Pedagógico é o que resulta! Tenta-se, "retenta-se", "re-re-tenta-se" e lá se aprende qualquer coisa, nem que seja o que não resulta... 

* Teresa Martinho Marques


Ela aproximou-se de mim no final da aula e disse: "De tudo o que andamos agora a fazer nas aulas quando resolvemos problemas, o que mais me tem ajudado é aquela coisa da professora estar sempre a dizer e a mostrar que temos de usar a nossa inteligência natural para os resolver! Já estou melhor a resolvê-los e já nem tenho tanto medo!”
Há uns anos li um livro de John Holt que marcou indelevelmente o meu caminho (How children fail – Dificuldades de aprendizagem, Ed. Presença). Entre muitas coisas escritas nos anos 60, mas com preocupaçãoes tão atuais como as de hoje, uma história prendeu-me. Essa história foi, por sua vez, retirada por John de um outro livro (James Herndon – How to survive in your native land) e estava num capítulo intitulado “A turma burra”. Esse capítulo dizia respeito a uma turma, que James lecionava, constituída por crianças do 1.º Ciclo incapazes de aprender e, sobretudo, a um rapaz que parecia ser o mais burro da turma burra. Era descrito como absolutamente irrecuperável e incapaz para qualquer trabalho escolar. Um dia, James encontrou-o numa pista de bowlinganotando os resultados oficiais em torneios exigentes. Apontava as sobras, os plenos e havia sido contratado por trabalhar rapidamente e com precisão. Ninguém toleraria erros nesses torneios e ele não os cometia. Então James decidiu propor-lhe, na escola, alguns problemas sobre bowling... e ele não foi capaz de os resolver! As respostas, mais do que erradas, eram completamente absurdas.


Ao longo dos meus muitos anos de ensino não foram raras as vezes em que senti muitas crianças dentro da sala de aula completamente afastadas da realidade e da sua inteligência natural (aquela que usam no mundo fora da escola) quando resolviam problemas simples. Que idade tem a menina? 95 anos... Quantos meninos foram no autocarro? 18,25... Quanto aumentou a menina de peso dos 10 para os 11 anos? 380 kg... Tudo é respondido com naturalidade, vira-se costas depois de responder, não se pensa mais nisso. Acreditamos que, pelo simples facto de colocarmos “coisas reais” nos problemas matemáticos, tudo se torna mais próximo do real e da vida. Não é assim e tudo isto merece(ria) um olhar profundo e atento. Que efeito tem este corropio na escola, que parece estar tão distante da vida mesmo quando fingimos que é da vida que falamos? Quando lhes conto estas histórias de respostas absurdas (faço-o nas aulas como estratégia) eles riem-se e são capazes de identificar o erro. Avaliam sem qualquer problema a razoabilidade de um resultado se não se sentirem ameaçados por esse problema. Mas, curiosamente, ao resolverem um problema parecido... distanciam-se dessa sua já provada competência e cometem os mesmos erros de que se riram antes.
Muito antes de apelar para os caminhos e soluções matemáticas, encaminho as crianças para a confiança no seu julgamento, na sua inteligência natural. Muitas reagem positivamente e os efeitos são visíveis. É preciso resolver muitos problemas de todos os tipos e feitios (podem – e devem – nem sequer estar próximos do real, porque a abstração tem um papel muito importante no seu desenvolvimento) e levá-los a pensar em voz alta sobre eles. Matar a vergonha, o medo de se exporem, levá-los a virarem-se do avesso com gosto, tornando os cérebros transparentes e capazes de mostrar a forma como pensam, é fundamental e a recompensa é imensa. Mais do que encontrar respostas rápidas e precipitadas para se verem livres do “bicho” sem dor, ou engolirem o óleo de fígado de bacalhau de nariz tapado e olhos fechados, passam gradualmente de “a resposta é” para “eu faria assim e assim e depois assim e então calculava... e depois ia verificar se tinha razão com uma conta ou medição ou se tinha lógica!”
Quando, numa universidade, olhamos para vários exames de alunos (mais de 50% numa turma) onde é solicitado que determinem graficamente (desenhando) um ângulo cuja medida da amplitude é, nesse desenho, visivelmente inferior a 20º e, depois, o têm de fazer analiticamente (recorrendo a cálculos) obtendo valores próximos dos 90º e assumindo, sem crítica, essa resposta como válida (mesmo tendo a possibilidade de comparar o ângulo desenhado com os valores obtidos)... sabemos que algo de (muito) grave se passa.
Por onde começar? Confiar nas crianças e jovens, levá-los a confiar em si, apoiá-los e ajudá-los a (re)encontrar a inteligência natural que parece desaparecer, como que por triste magia, no território distante, isolado, quantas vezes estéril e insondável, a que chamamos escola.

* EB 2,3 de Azeitão e CCTIC – ESE/IPS: http://projectos.ese.ips.pt/cctic/ e  http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Isabel Alçada: "Cedo descobri o lado bom das aulas"

Isto deve ser do tempo em que eramos "Srs. Professores", e juntamente com o Padre e o Médico da Vila formavamos o grupo mais respeitado na comunidade.


Se eu tenho boas memórias da minha Educação? Sim, muitas (pois, a mim não me entrevistaram, não sou famoso). Os colegas, as aventuras, a minha Professora Primária (isso do 1º ciclo não é da minha altura), um ou outro professor que transmitia o conhecimento de um modo que nem parecia uma aula e outras mais.


Lembro-me de ser dos primeiros a acabar os exercícios na primária. Quem acabava ia para junto do quadro e havia uma competição saudável entre nós para ver quem lá chegava primeiro. Mas, mais do que o prazer de conseguir fazer, gostava muito da parte em que a Professora nos permitia ir ajudar os colegas que estavam mais atrasados. 


Pensando agora bem nisto, pode muito bem ter sido o primeiro passo para a escolha da minha profissão... Se calhar mais valia ter levado com um tijolo na cabeça e começar a pensar ser engenheiro civil :)


A entrevista da ministra ao Educare:





"Quem passou pelos bancos da escola guarda recordações de momentos ou professores, alguns tão especiais que podem marcar, tornando-se no ponto de partida de um futuro promissor. A ministra da Educação é a primeira convidada, entre várias personalidades, a partilhar as suas memórias.
O EDUCARE.PT quis saber de que forma a escola marcou a vida de diferentes personalidades em diversas áreas da sociedade.

Desafiámos a ministra da Educação, Isabel Alçada, a viajar no tempo e a recuperar as suas memórias de aluna, mas também a tentar identificar o momento, ou o professor, que tenha influenciado as suas opções de vida.
Colocámos duas questões:
1. Que memórias guarda do seu percurso enquanto aluna?
2. Houve algum momento, ou professor, que, durante o seu percurso escolar, tenha influenciado as opções que tomou em relação à sua vida profissional?

Eis as "Memórias de Passagem" da ministra da Educação:
Guardo muitas e boas memórias, pois tenho a sorte de me lembrar com facilidade de acontecimentos positivos e de não recordar acontecimentos negativos.

Fiz todo o ensino primário e secundário no Liceu Francês em Lisboa. Havia turmas de meninas e de rapazes, mas à exceção do ensino secundário, em que as turmas eram mistas, só convivíamos na camioneta.

Do tempo de escola as melhores recordações são, naturalmente, o convívio com colegas.

Mas cedo descobri o lado bom das aulas. Recordo a alegria de compreender um assunto novo, de resolver um problema de Matemática, de conseguir executar bem uma atividade escolar ou de receber um teste com nota alta. Na minha família era voz corrente que eu gostava da escola e de aprender. Tinham razão.

No ensino primário a semana era sempre variada pois alternava aulas em português, dadas por uma professora portuguesa, com aulas em francês, dadas por uma professora francesa.

Em Português, a minha turma foi entregue a uma professora inesquecível - Alice Gomes. Além de professora, era autora de livros para crianças e tinha muitas obras publicadas. Fazia questão de levar as suas alunas à biblioteca escolar, de ler livros completos na sala de aula, de conversar sobre histórias e poemas e de nos dar tempo de aula para escrevermos as nossas histórias.

Por vezes, lia em voz alta um ou outro texto escrito pelas alunas, mas nunca dizia quem era a autora. Graças ao seu empenho e entusiasmo transmitiu-me o prazer de ler e de escrever. Marcou-me para sempre.

Uma das disciplinas que sempre me fascinou foi História. A professora, Maria Ângela Miguel, era fantástica. Narrava os acontecimentos com uma serenidade muito delicada, mas tão intensa e convicta que captava totalmente a minha atenção. Fazia-me viajar no tempo e conhecer as personagens históricas, como se os pudesse ver em ação a mudar o destino da humanidade.

Marcou-me para sempre."


Pois. Também nos marcou para sempre...


Abraço!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eu, com Muito Bom, me confesso

Um colega (podem ver aqui) deu-se ao trabalho e fez este quadro que compara as avaliações presentes nestas listas com as do ano passado:

Uns chamam-lhes oportunistas, outros desleais, outros sei lá o quê.

No entanto o número de avaliados com muito bom e excelente tem aumentado e com isso conseguem melhorar a sua graduação.

Eu assumo que pertenço ao grupo dos avaliados com muito bom no ano passado e sem vergonha de o assumir.

Gosto de ver o meu trabalho reconhecido e esta foi uma forma. Agora se é justa é outra história...

Há quem tenha sido vítima das cotas e não conseguiu o mesmo que eu e há quem diz não se ter "vendido" e não pediu, por convicção, aulas assistidas.

Não gosto de ser chamado "traidor" quando fiz mais do que muitos e saí benefíciado com isso. Processem-me... mas estava farto de sermos todos "bons" quando existiam diferenças abismais entre nós.

Não pedir aulas assistidas como protesto é um direito, mas será que é a melhor forma de mostrar o seu desagrado?

E no meio destes há quem não queira ter trabalho, há quem prefira dizer mal dos outros, há quem pediu e não teve grande avaliação e agora inveja quem teve...

Eu, dentro da lei (se é justa ou não é outro assunto), procedi desta forma: não sou "chico-esperto", sou um professor que trabalha e gosta de ver o trabalho reconhecido. Infelizmente tem que ser desta forma... nas condições que tinha no ano passado fui muito bom. Este ano posso ser uma vítima das cotas, mas tenho a certeza que não regredi e continuo um muito bom trabalho (desculpem-me a imodéstia)!

Não sou excelente nem muito bom. Mas sou melhor do que muitos bons que vi serem atribuídos e isso também não é justo! Mal por mal, fico com o muito bom!

(É desta que vão chover comentários?)

Abraço!

Listas de Ordenação Provisória já disponíveis

Mas que competência (queria eu!): ainda agora foram validadas as candidaturas e já estão disponíveis as listas provisórias.

Até aqui tudo bem.

Nos entretantos já me chegaram ao ouvido algumas "reclamações" sobre a avaliação acumulada (com a do ano anterior ou por ser feita duas vezes) que ainda não consegui esclarecer.

Vou tentar debruçar-me sobre o assunto hoje mais para o fim da tarde, mas, como já sabem, a parentalidade do Professor Raro pode não o permitir... Uma é complicado, duas...

E ainda vos dou uma ajuda: quem não conseguir aceder com o Internet Explorer tente o Google Chrome, foi assim que consegui. Se clicarem aqui podem ter sorte e conseguir entrar.

Abraço!

Bullying? Ou agressão?

E está de novo na moda, mais uma vez pelas piores razões.


O vídeo é chocante, ou melhor, a atitude de todos os intervenientes é chocante, desde dos que filmam, aos que riem à gargalhada, dos que nada fazem para evitar a agressão às agressoras.


Os quatro canais deram (dão ainda) um enorme destaque, não só nos blocos de informação. Todos condenam, vários especialistas dizem de sua justiça.


Mas foi mesmo uma situação de bullying?


Já referi aqui anteriormente, num tempo em que o tema esteve também na moda, que para ser bullying  as agressões têm que ser continuadas, ao longo de um período de tempo:


"Conjunto de maus-tratos, ameaças, coacções ou outros actos de intimidação física ou psicológica exercido de forma continuada sobre uma pessoa considerada mais fraca ou mais vulnerável."

Não estou a tentar "abafar" a importância da notícia/acto, mas é de salientar que os meios de comunicação social deviam ter mais cuidado com o que chamam "às coisas". Só por ser um termo estrangeiro na moda não quer dizer que possa ser aplicado indiscriminadamente... 


A TV é a "educadora" de muita gente. Se aparece na televisão é verdade... e se aparece em todas mais verdade   é... é como a mentira que tantas vezes é repetida que se torna verdade!


Abraço!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Humor: Mais uma de Antero

Resultados iguais com menos recursos?

No site da Porto Editora, Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), e Pedro Araújo, vogal de direção, deram uma entrevista sobre a educação neste país.


É longa, pelo que não a transcrevo por completo.






"Manuel Pereira e Pedro Araújo, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, aplaudem chumbo da oposição à reorganização curricular do ensino básico.

Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), e Pedro Araújo, vogal de direção, são unânimes em concordar que a reorganização curricular do ensino básico resultava apenas de restrições orçamentais, com claro prejuízo para as escolas e influência nos resultados dos alunos."

Podem ler tudo aqui.

Abraço!

As preocupações de Albino Almeida

Albino Almeida, como sabem, é o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). Diz-se apreensivo com a preparação do próximo ano letivo e deu uma entrevista ao Educare.


Este senhor defende a sua dama e nem sempre (se calhar quase nunca) tem a minha concordância. Parece-me que a sua visão é estarmos na Escola para servir os pais/alunos e o resto é conversa... mas posso estar errado.






“É preciso distância histórica para um balanço


Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), continua apreensivo com a preparação do próximo ano letivo. Defende diálogo e mais diálogo entre todos os níveis de ensino para que a reestruturação do sistema educativo atinja os objetivos pedagógicos.


Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), está preocupado com a suspensão da revisão curricular e com a não alteração do orçamento. A preparação do próximo ano escolar, com um governo demissionário, também lhe causa alguma apreensão. "Antevemos sérios problemas", adianta. 

Na sua opinião, as autarquias, no seu geral, estão a fazer um bom trabalho na área educativa. Mas lembra que as câmaras com mais dinheiro poderão ter mais qualidade no desempenho das tarefas educativas do que as que têm menos recursos. O prato da balança poderá não estar equilibrado. 

O encerramento de escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico com menos de 21 alunos é digerido como um caminho para investir em centros escolares qualificados. De qualquer forma, o porta-voz da CONFAP refere que ainda é cedo para fazer um balanço do desempenho do ministério liderado por Isabel Alçada e defende que os parceiros educativos devem continuar a identificar "boas práticas e processos de melhoria e aprofundamento de várias políticas lançadas na anterior legislatura". 
Em média, há um pai participante ativo na vida escolar por cada 15 alunos. Albino Almeida realça o envolvimento de quem tem a tarefa de educar e está convencido de que o aumento da escolaridade potenciará uma intervenção mais qualificada dos pais e encarregados de educação."


Podem ler tudo no Educare.


Abraço!