sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Portugal: país de Mestres e Doutores

É bom ser-se educado (em todos os sentidos da palavra). Mas mais Mestres e Doutores significa um país melhor, mais apto para enfrentar o futuro? Espero que sim! Haja esperança!


"Esta melhoria das qualificações académicas não foi, porém, acompanhada de uma melhoria da situação laboral dos portugueses. "

Abraço!

Menos CNO, menos emprego


Muito se tem dito sobre a qualidade/mode de obtenção da formação neste tipo de Ensino, mas não é por este prisma que vou pegar na notícia.

Opto por pensar nos contratos que vão desaparecer, levando muitos para o desemprego. Nesta é poca de crise, quem perde o emprego está muito mais "enrascado"... Cerca de 800 trabalhadores têm o seu posto de trabalho em risco, força para os que ficam de fora!

E é claro que o PS fala em "enorme gravidade"...

"Vinte centros Novas Oportunidades vão fechar



O Ministério da Educação e Ciência afirmou hoje que são 20 os centros Novas Oportunidades que vão fechar, 14 por não terem cumprido “metas contratualizadas” e seis a pedido dos próprios promotores.



Em comunicado, o ministério separou estes encerramentos por “incumprimento de metas contratualizadas” do que venha a acontecer após o processo de avaliação do programa Novas Oportunidades que está a decorrer. E esclarece que a Agência Nacional para a Qualificação “concluiu o processo de encerramento” iniciado ainda durante o governo PS.

“As alterações mais profundas ao programa Novas Oportunidades serão aplicadas a partir de Setembro de 2012”, afirma a tutela, que não adianta mais nomes de centros a fechar além dos que foram referidos hoje em Diário da República.

O resultado das candidaturas dos centros a financiamento intercalar para funcionarem até Agosto será conhecido no próximo mês, acrescenta o ministério de Nuno Crato.

Segundo o despacho publicado no Diário da República, são extintos os centros Novas Oportunidades promovidos pela Escola Secundária de Montemor-o-Novo (Montemor-o-Novo), pela Escola Secundária com 2.º e 3.º Ciclos Gil Vicente (Lisboa), pela Escola Superior de Educação de Portalegre (Portalegre) e pela Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Sacavém (Loures).

Além destes, são igualmente extintos os centros Novas Oportunidades promovidos pela Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Madeira Torres (Torres Vedras), pela Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Leça do Balio (Matosinhos) e pela Escola Secundária da Moita (Moita).

O centro promovido pelo agrupamento de escolas da Pampilhosa fecha a pedido do promotor. Quanto ao centro do Instituto Politécnico de Leiria, o conselho de gestão daquela instituição afirmou hoje ao fim da tarde que o encerramento acontece também a seu pedido."

Abraço!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um Professor é só um Professor

Mais uma reflexão de João Ruivo no Educare que vale a pena ser lida. O Professor que não é mais do que isso, um Professor. Não vale a pena esperarem que resolvamos todos os problemas do mundo sozinhos.





"O professor e a varinha de condão
João Ruivo | Educare
Admitir que a educação pode resolver todos os problemas e contradições da sociedade resulta em transformá-la em vítima evidente do seu próprio progresso.
Ser professor acarreta uma profunda carga de utopia e de imaginário. Com o lento passar do tempo e da memória coletiva, gerações após gerações ajudaram a elaborar a imagem social de uma profissão de dádiva absoluta e incontestável entrega.

O poder simbólico da atividade docente leva a que os professores sintam sobre os seus ombros a tarefa herculeana de mudar, para melhor, o mundo; de traçar os novos caminhos do futuro e de preparar todos e cada um para que aí, nesse desconhecido vindouro, venham a ser cidadãos de corpo inteiro e, simultaneamente, mulheres e homens felizes. É obra!

Ao mesmo tempo que a humanidade construiu uma sociedade altamente dependente de tecnologias dominadoras, transferiu da religião para a escola a ingénua crença de que o professor, por si só, pode miraculosamente desenvolver os eleitos, incluir os excluídos, saciar os insatisfeitos, motivar os desalentados e devolvê-los à sociedade, sãos e salvos, com certificação de qualidade e garantia perpétua de atualização permanente.

O emergir da sociedade do conhecimento acentuou muitas assimetrias sociais. Cada vez é maior o fosso entre os que tudo têm e os que lutam para ter algum; entre os que participam e os que são marginalizados e impedidos de cooperar; entre os que protagonizam e os que se limitam a aplaudir; entre os literatos dos múltiplos códigos e os que nem têm acesso à informação.

E é este mundo de desigualdades que exige à escola e ao professor a tarefa alquimista de homogeneizar as diferenças.

Os professores podem e estão habituados a fazer muito e bem. Têm sido os líderes das forças de sinergia que mantêm os sistemas sociais e económicos em equilíbrio dinâmico. São eles que, no silêncio de cada dia, e sem invocar méritos desnecessários, evitam que muitas famílias se disfuncionalizem, que as sociedades se desagreguem, que os estados se desestruturem, que as religiões se corroam. Mas não podem fazer tudo. Melhor diríamos: é injusto que se lhes peça que façam mais.

Particularmente quando quem o solicita sabe, melhor que ninguém, que se falseia quando se tenta culpabilizar a escola e os professores pelos mais variados incumprimentos imputáveis ao sistemático demissionismo e laxismo das famílias, da sociedade e do próprio Estado tutelar.

É bom que se repita: os professores, por mais que se deseje, infelizmente não têm esse poder e essa magia. Dizemos infelizmente porque, se por milagre o tivessem, nunca tamanho domínio estaria em tão boas e competentes mãos.

E é precisamente porque nunca foram tocados por qualquer força divina que os professores, como qualquer outro profissional, também estão sujeitos à erosão das suas competências; que, como qualquer técnico altamente qualificado, eles também necessitam de atualização permanente. E é por isso mesmo que os docentes reclamam uma avaliação justa do seu desempenho. Uma avaliação em que se revejam, que os estimule a empreender e que os ajude no seu crescimento profissional.

Todas as escolas preparam impreparados. Até as que formam professores. Sempre foi assim e, daí, nunca veio mal ao mundo. É a sequência e a consequência da evolução dialética das sociedades e das mentalidades.

Por isso, centrar a discussão na impreparação profissional dos docentes, como se tal fosse estigma exclusivo desta classe e justificasse as perversas iniciativas que lançam a suspeita pública sobre a responsabilidade ética dos educadores no insucesso do sistema educativo e no desaire das políticas educativas que não têm vindo a sancionar, isso dizíamos, traduz uma inqualificável atitude de desprezo pela verdade e pela busca de soluções credíveis e partilhadas.

Admitir que a educação pode resolver todos os problemas e contradições da sociedade, resulta em transformá-la em vítima evidente do seu próprio progresso.

Repetimos: os professores não têm esse poder e essa magia. Os docentes não podem solucionar a totalidade dos problemas com que se confrontam as sociedades contemporâneas, sobretudo se não tiverem os contributos substanciais dos outros agentes educativos e das forças significativas da sociedade que envolvem a comunidade escolar.

Evidentemente que a escola e os professores podem e devem contribuir para o progresso da humanidade e para o seu desenvolvimento político, económico, social e cultural. Porém, tal não é atingível apenas com meros instrumentos educacionais porque eles, por si só, não são capazes de estilhaçar o mundo de crescentes desigualdades e uma cúpula política sob a qual coexistem a injustiça, o desemprego e a exclusão social.

Os professores não têm essa varinha de condão e, por favor, não os obriguem a ser mais do que são, ou nunca serão o que o futuro lhes exige que venham a ser."


Abraço!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mais alunos ajudados por terem fome

Sinais da crise económica e social em que vivemos. Infelizmente a fome é uma realidade. Infelizmente a gestão do dinheiro nas famílias nem sempre é a melhor. Infelizmente há quem queira trabalhar e não consiga. Infelizmente há quem esteja a ser mantido por todos os que trabalham.


"A fome nas escolas está a preocupar os Empresários Pela Inclusão Social (EPIS), que alertam para o aumento de sinalização destes casos, nos últimos seis meses.


Entre Março e Novembro, a associação que apoia cerca de nove mil alunos com dificuldades educativas reencaminhou 41 para instituições de apoio social por estarem em situações de risco provocadas, na maioria dos casos por carência económicas e alimentares.

O aumento de alunos que apresentam sinais de alimentação insuficiente é "alarmante" e, por isso, Diogo Simões Pereira, director-geral da EPIS, apela às escolas e a todas as entidades que estejam "mais atentas". E basta reparar em pequenos sinais, como as crianças que pedem pão para levar para casa,exemplifica.

Desde Setembro de 2008, quando começou a prestar apoio aos estudantes com más notas, que 11% dos casos reencaminhados pela EPIS estavam relacionados com carências alimentares. E nos últimos seis meses, só as carências económicas, alimentares e o desemprego de um ou de ambos os pais representam 23,5%.

Entre os estudantes reencaminhados para outras ajudas de Março a Novembro, 32% foram para consultas de especialidade, 11% para as comissões de protecção de menores, 10% para os médicos de família e 8% para a Segurança Social. "A tendência para reencaminhar para o médico deve-se ao facto de haver tempos de resposta a cumprir, enquanto que noutros serviços não há limite para o tempo de espera", justifica Diogo Simões Pereira, director-geral da EPIS. Por isso, "70% dos casos são resolvidos em tempo útil"."
DN

Abraço!

Revisão curricular no Parlamento a 10 de Janeiro

O ministro da Educação vai no dia 10 ao Parlamento explicar aos deputados a proposta do Governo para a revisão curricular que anunciou no passado dia 12 e está em consulta pública até fim de janeiro.


Abraço!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Reforma curricular: opinião de Vasco Barreto

Alguém com esperanças na reforma curricular em curso. Diga-se o que disser, não é a pensar no Ensino que esta surge, a motivação é económica... poupar a todo o custo! Quem poupa no Ensino hipoteca o futuro...



"Trivialidades sobre o ensino
Por Vasco Barreto, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência, no Jornal i







Há duas estratégias de ensino para responder aos "desafios da modernidade". Uma passa por inová-lo e fragmentá-lo, acelerando a especialização, tendência que o Tratado de Bolonha tornou irreversível no ensino superior.
A outra assenta na concentração dos esforços num núcleo de conhecimento que permanece incólume ao rebuliço da modernidade, mas que, bem dominado, equiparia os alunos para as surpresas do futuro, da mesma forma que um músico de jazz bom em harmonia não se atrapalha perante uma melodia desconhecida.
Saudosista anacrónico do "Trivium" e do "Quadrivium" dos antigos, defendo esta estratégia, e é bom ver que Nuno Crato está a dar os primeiros passos para a implementar no liceu, tentando corrigir o óbvio: somos péssimos a Matemática e a Português, temos uma cultura científica medíocre, e venha antes uma História bem dada, e até ao fim, do que umas pinceladas de Formação Cívica.
Mas pelas reacções que li na imprensa à reforma curricular em curso, continuamos reféns da tradicional clivagem entre esquerda e direita.
Ora, a esquerda não tem de aplaudir todas as experiências pedagógicas inovadoras, nem deve ser cúmplice eterna dos sindicatos dos professores, sob pena de se perpetuar o que me aconteceu há mais de 20 anos, que foi terminar o liceu como se Portugal tivesse acabado com o terramoto de 1755.
Nem a direita tem de persistir num "contra-eduquês" cego, um movimento ainda mais ideológico do que o próprio "eduquês" do "facilistismo", da burocracia e da experimentação, pois mostrou-se incapaz de reconhecer o desempenho razoável dos nossos alunos no exame internacional que conta (o PISA 2009) e devia piar mais fino, pelo menos até ser a sua vez de ir ao quadro."

Abraço!

ADD aprovada

Desta não nos livramos, pelo menos por agora.

O processo é mais simples, mas as quotas continuam.

O mal-estar nas Escolas vai-se manter até que nos vamos habituar como nos habituamos a tudo o resto que nos têm feito. 

Será que se trabalha mais ou menos desde que nos meteram nesta salsada da avaliação?

Será que se trabalha melhor?

Será que se dá o mérito a quem o merece? Ou há negociações e interesses na atribuição das avaliações?

Ou seja, será que a Escola tirou benefícios com a implementação da avaliação nos termos em que a temos e vamos continuar a ter?

"Governo mantém quotas no topo

O Governo aprovou ontem em Conselho de Ministros os diplomas de um novo e mais simples modelo de avaliação de professores, bem como a sua adaptação ao estatuto da carreira docente.


O novo regime resulta do acordo assinado em Setembro com sete de 13 sindicatos e entra em vigor no próximo ano lectivo. Os ciclos de avaliação passam a ter quatro anos, coincidindo com os escalões da carreira (a excepção é o 5º escalão, que tem apenas dois anos); as quotas para aceder às classificações mais elevadas mantêm-se; e a avaliação da componente pedagógica será efectuada por docentes de outras escolas, que integrarão uma bolsa de avaliadores.

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, afirmou ontem que com ciclos de avaliação maiores haverá "maior tranquilidade" na vida das escolas.

A Fenprof ficou de fora do acordo, em especial por não concordar com a manutenção das quotas, mas Mário Nogueira reconheceu que este modelo é mais simples e menos burocrático. O líder da Fenprof lembrou ontem que "enquanto a carreira estiver congelada não haverá conclusão do processo avaliativo".

O Conselho de Ministros aprovou ainda mudanças às leis orgânicas, devido à junção da Educação e do Ensino Superior num só ministério."

Correio da manhã

Abraço!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ATL, explicador e afins


O negócio que vai dando sustento a muitos colegas nem sempre é levado com seriedade. Parte desta notícia é corroborada por casos que conheço na prática. A "ajuda" tem que ser mais do que "dar a resposta".

"Ensinar a “pescar” em vez de dar o “peixe”
Armanda Zenhas | Educare

Seja com a ajuda de explicadores, seja com a ajuda de familiares, os estudantes precisam que os ensinem a pescar e não que lhes deem o peixe.

Quem fez o trabalho de casa? - pergunta o professor.
Quase todos fizeram. O António vem, então, ao quadro fazer o exercício pedido. Não consegue. A professora pede-lhe o caderno com o TPC e está certo.

- António, fizeste tão bem em casa e agora não consegues? Explica lá como fizeste em casa.
- Foi a explicadora que me disse como era.
- E não ficaste a saber?
- Não, ela só me disse a resposta.

Sorte a do António, a professora tê-lo chamado e ter-se apercebido de que ele continuava com dúvidas. Pôde, assim, tirar-lhas.

Este relato, correspondente a muitas situações vividas nas salas de aulas, não significa que as explicações são sempre inúteis. Elas podem ser muito úteis, inúteis ou até prejudiciais.

Explicações prejudiciais ou, no mínimo, inúteis:
- Salas com muitos alunos de turmas/escolas diferentes em que o explicador dá aulas paralelas. Dá a matéria escolar a um ritmo que pode corresponder ou não ao que cada um dos alunos tem na escola. Desta forma, o aluno tem aulas em duas escolas paralelas e chega a casa sem ter estudado individualmente e, provavelmente, sem ter feito os TPC. Com uma escola dupla e com os TPC ainda para fazer em casa, quando vai ter tempo para descansar, para brincar e para ser criança?
- Salas com muitos (ou mesmo com poucos) alunos em que as respostas são dadas pelo explicador, em vez de este levar o aluno a descobrir a resolução das suas próprias dificuldades, ou seja, ensiná-lo a estudar autonomamente, apoiando-o nesse processo.

Explicações úteis:
- O explicador está atento a cada um dos alunos. Ajuda-os a organizarem o seu estudo diário e a sua sessão de estudo. Quando surgem dúvidas, ajuda-os a procurar as melhores formas/instrumentos para as resolverem. Dá o apoio de que cada um precisa, tendo em vista a construção da sua autonomia.

Seja com a ajuda de explicadores, seja com a ajuda de familiares, os estudantes precisam que os ensinem a pescar e não que lhes deem o peixe.

Quero com isto dizer que, de forma progressiva, eles devem aprender a encontrar a melhor forma para organizar o seu estudo e para encontrar respostas para as suas dúvidas. Muitas vezes, as soluções são tão simples quanto estas: primeiro estudar a matéria dada na aula e apenas depois fazer os TPC; se não percebe um conceito, procurar nas páginas anteriores do manual a sua explicação. Claro que dá trabalho, mas sem esse esforço individual não há aprendizagem nem desenvolvimento da autonomia.

Vários artigos que tenho publicado dão sugestões úteis que os pais podem pôr em prática quando ajudam os filhos a estudar (e quem sabe, até, poupar nas explicações). Aqui ficam alguns exemplos: "Como ajudar os filhos nos TPC", "Como organizar eficazmente o tempo de estudo", "A postos no posto de estudo".

Lembro ainda que nas escolas existem salas de estudo e que há professores disponíveis para ajudar os alunos no seu estudo. A frequência é gratuita. Nestes tempos de crise, nenhuma ajuda pode ser desperdiçada.

Termino dizendo que este artigo não é contra as explicações e lembrando que há situações em que elas podem ser muito úteis se, de facto, respondem às dificuldades do estudante, tendo sempre presente o objetivo de promover a sua autonomia. Pretendo, sim, dar algumas pistas de reflexão para os pais ponderarem na decisão a tomar sobre a melhor forma de apoiar os seus filhos."

Abraço!

Menos 20 mil professores em 6 anos

Desde 2006 pediram a reforma 23.469 docentes e entraram para os quadros, de escola e de zona pedagógica, apenas 3.493. 

Saíram mais de 23 mil e entraram 3500... e ainda temos que ouvir que estamos a mais no país???

Nós somos é muito bons (bons=burros), cada um de nós faz o trabalho de muitos. E depois é simples: se nos desenrascamos com 1, não nos vão dar 2. pior ainda: no ano seguinte vão tentar que funcionemos com 0,5...


"Educação perdeu 20 mil professores nos últimos seis anos

Desde 2006, quando o concurso para quadros deixou de ser anual, é este o saldo entre entradas e saídas no sistema. Este ano 3361 já pediram a reforma.

Em seis anos o sistema educativo perdeu 19.976 professores no ensino básico e secundário. Este é o resultado líquido que deriva da diferença entre admissões e saídas de efectivos. Desde 2006 - ano em que foram alteradas as regras de concurso de admissão aos quadros - pediram a reforma 23.469 docentes e entraram para os quadros, de escola e de zona pedagógica, apenas 3.493. Segundo um levantamento feito pelo Diário Económico com base nas publicações mensais do Diário da República, temos portanto uma quebra de perto de 17% no universo de 120 mil docentes em exercício.

Número que os sindicatos dizem ter um impacto forte no sistema e que prova que "não há nenhum excesso de professores nas escolas", como sublinha o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira. Além disso, os sindicatos encontram nestes números a resposta às declarações de Pedro Passos Coelho, que há quatro dias atrás aconselhou a emigração como alternativa aos docentes excedentários, lançando a polémica no sector.

Com a saída de docentes, João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), sublinha que as escolas "têm vindo a perder estabilidade porque funcionam cada vez mais com professores contratados"."
Económico

Abraço!

Educar para a poupança

Já que os pais não estão a ter muito sucesso neste campo, eduquem-se os (ainda) "educáveis". 

Gerir bem hoje para ter algum no futuro... e até podem ser um veículo de transmissão de conhecimentos para os mais velhos.

"Exposição itinerante da U. de Aveiro ensina jovens a poupar

Mais de quatro mil alunos do básico e secundário visitaram já a exposição itinerante de literacia financeira «Educação+Financeira», que, através de jogos interativos, os ajuda a ter noções de poupança e de gestão da «mesada».

Os dados foram hoje divulgados pela Universidade de Aveiro, que criou a exposição através do Projeto Matemática Ensino (PmatE), com o apoio da Caixa Geral de Depósitos.

A «Educação+Financeira» foi lançada em setembro, em Lisboa, e já percorreu cinco cidades de cinco distritos diferentes, sendo retomada em 2012, na cidade de Espinho."
Dinheiro Digital

Abraço!

Mais conclusões do CNE

São conclusões do CNE:

"Um curso superior ainda faz a diferença quando se procura trabalho, garante o Conselho Nacional de Educação (CNE), que concluiu que a taxa de emprego é mais elevada entre os licenciados."

Ainda faz? Por quanto tempo? Ou estarei a ser pessimista... é que para ser, por exemplo, caixa num supermercado, a licenciatura pode ser um entrave, por excesso de habilitações. É claro que um licenciado em princípio aspira a mais (não "desfazendo" qualquer profissão), mas quem precisa de trabalhar...


"O programa Novas Oportunidades deu um «forte contributo» no aumento da qualificação dos portugueses, considera o Conselho Nacional de Educação (CNE), mas precisa de avaliação externa e estabilidade nas equipas."

É claro que sim para as duas afirmações! Ou melhor, no que diz respeito à primeira, aumentou-se a (equivalência à) escolaridade, mas a qualidade das aprendizagens é, no mínimo, discutível.

Abraço!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Chumbos e abandono

CNE analisa e diz de sua justiça. Mas não é ouvido...

"Alunos portugueses chumbam muito e é preciso investir no apoio

Conselho Nacional de Educação chama à atenção para o número elevado de alunos que chumbam no ensino português e sugere reforço de apoio ao estudantes.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) alertou hoje para o elevado número de repetentes em todos os graus do sistema educativo português, defendendo que não se deve poupar no apoio aos alunos para evitar "chumbos".

"Temos um grande desvio etário. Os nossos alunos estão na escola mas não estão no ano em que deviam estar", afirmou aos jornalistas a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt.

Os alunos de meios sociais desfavorecidos são os que mais vão ficando para trás, com "desmotivação e o abandono escolar precoce" como consequências.

De acordo com os dados do CNE, no ano letivo de 2009/2010, 100 por cento dos jovens de 15 anos estavam na escola, mas "43% ainda permanecia no ensino básico e apenas 57% se encontra no nível adequado à sua faixa etária, o secundário".

Quando se olha para os jovens de 17 anos, 80% já chegaram ao secundário, mas 10%ainda estão no terceiro ciclo do básico. Quanto mais para a frente no grau de ensino, pior o desvio: em 2009/2010, 14% dos rapazes e 10% das raparigas a frequentar o 12º ano tinha 20 anos ou mais, quando idealmente deviam ter 17 anos.
"Não vale a pena investir [na educação] se as pessoas não aprendem"

Ana Maria Bettencourt defendeu a necessidade de "não deixar arrastar" os problemas, intervindo "ao primeiro sinal de dificuldade" e investindo no "apoio aos alunos" porque "se não se gasta agora gasta-se mais tarde e já com as pessoas fora da escola".

"Não vale a pena investir [na educação] se as pessoas não aprendem", reforçou a presidente do CNE, que nas suas recomendações apela a uma "mudança profunda na atitude das escolas e dos professores face ao insucesso".

Para o CNE, a solução passa pelo "reforço da formação em exercício dos professores e maior autonomia das escolas" para poderem "organizar as melhores soluções".

Em relação ao abandono escolar precoce, os dados do CNE indicam uma descida constante dos números: dos 43,6% em 2000, em 2009 chegou-se a 28,7% de população entre os 18 e os 24 anos que estudou no máximo até ao nono ano.

Mas os resultados de Portugal ainda estão 14 pontos acima da média europeia de taxa de abandono, que se situa nos 14,1% e que de acordo com as metas definidas pela União Europeia deve descer abaixo dos 10% até 2020.

Os maus resultados estão também relacionados com a situação social dos alunos, embora o CNE registe que Portugal está no sexto lugar entre 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico no que toca aos bons resultados obtidos por alunos desfavorecidos.

Mas na última década verifica-se uma tendência "preocupante": um aumento de 25% no número de alunos abrangidos pela ação social escolar. Atualmente, 42% dos alunos recebe ação social e destes, 56% estão no escalão mais elevado de apoio.

E de 68.421 crianças acompanhadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em 2010, mais de 15 mil não andavam na escola. Os distritos de Setúbal, Évora, Beja, Portalegre e Faro são aqueles onde há mais desvio etário e coincidem nos resultados mais baixos nas provas de aferição e exames nacionais, assinala o CNE.

Em oposição, Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e Coimbra são os distritos onde que há menos repetentes e onde se verificam classificações mais elevadas nos exames."
Expresso

Abraço!

Ainda a emigração docente

A polémica/troca de ideias/desaforos continuam.
Duas mensagens do "contra", no Económico.

A Presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt, diz que somos todos necessários.

O comissário europeu dos assuntos sociais, Laszlo Andor, diz-se preocupado com a emigração de jovens europeus.


"Não há professores a mais para a dimensão do País. Para melhorar o rendimento das escolas, todos os professores são necessários. Com a democratização do acesso à educação é preciso dar resposta e dar apoio a todos os alunos. É preciso que os alunos aprendam mais nas escolas e para que isso aconteça todos os professores são necessários."

""Alguns jovens já estão a sair da Europa para encontrar emprego em países como os EUA, o Canadá, Austrália ou o Brasil, Angola e mesmo Moçambique dependendo da sua língua de origem", lamentou o comissário."

Abraço!





Emigração Docente

Como não gosto de usar aquelas "palas" dos equídeos, deixo-vos um comentário de João Silva que considera "não escandaloso" as afirmações do nosso primeiro (sim, nosso, quer tenhamos votado ou não, é o que temos...).
Também não considero escandaloso, mas dito da forma que foi dito e pela pessoa que o disse...

"Onde está o escândalo?
João Cândido da Silva


Perante a crua realidade, adquirir uma qualificação é relevante, mas assegurar a empregabilidade e estar disponível para aprender a executar novas tarefas é ainda mais importante. E, por mais que custe admitir, isto não é válido apenas para os docentes.
Nos últimos anos, Portugal foi terreno fértil para semear e fazer crescer todo o género de ilusões. Da prosperidade baseada numa espiral de endividamento ao fim da necessidade de procurar soluções profissionais para lá das fronteiras nacionais, houve de tudo um pouco na promoção de sonhos e miragens que estouraram como bolas de sabão.

O futuro era tão radioso que o País se podia orgulhar de ter passado de uma nação de emigrantes para local de acolhimento de imigrantes em busca de uma carreira e de uma vida melhores. Mas o desenvolvimento era apenas aparente e assentava em pés de barro. Agora, não só os cidadãos estrangeiros estão a regressar às suas origens, motivados pela falta de perspectivas em território português, como o fenómeno da emigração regressou e vai subtraindo a Portugal gente qualificada, mas também mão-de-obra indiferenciada a que o mercado de trabalho não fornece respostas.

Esta tendência tem um motivo óbvio. A economia está a atravessar uma fase de contracção, o desemprego está em alta, as oportunidades são escassas e não há expectativas razoáveis de que o cenário venha a mudar tão cedo. Mas não é apenas a conjuntura recessiva que explica a situação. Há razões estruturais que se reflectem na menor procura por algumas qualificações e profissões. Têm a ver com o envelhecimento da população portuguesa e com os rápidos avanços tecnológicos que tornam obsoletas tarefas que já foram, pelo menos, mais relevantes.

Sobre estas matérias, Pedro Passos Coelho disse, numa entrevista ao "Correio da Manhã", duas coisas que parecem bastante evidentes. Referindo-se aos professores que não têm colocação pelo facto de haver cada vez menos alunos, sugeriu que tentassem encontrar outras saídas, através da formação profissional e da sua reconversão. Trata-se de uma realidade difícil de enfrentar, mas o facto é que, se já não existem empregos para toda a vida, também é verdade que começa a não haver profissões com prazo vitalício. Perante a crua realidade, adquirir uma qualificação é relevante, mas assegurar a empregabilidade e estar disponível para aprender a executar novas tarefas é ainda mais importante. E, por mais que custe admitir, isto não é válido apenas para os docentes.

Na mesma entrevista, o primeiro-ministro afirmou que "os professores podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa". Pode discutir-se se Passos Coelho devia ter dito o que disse e, até, ler nas suas declarações um convite para que os professores, ou qualquer outro português, optem pela emigração. Não há é motivos para escândalos ou para tirar da jaula a hipersensibilidade patriótica que já animou algumas reacções.

Se as declarações do líder do Governo têm algum aspecto relevante é o de não alimentarem novas ilusões sobre aquilo que professores ou outros desempregados podem esperar nos próximos anos. Mesmo que na frente externa tudo corra pelo melhor, o que exclui o cenário tenebroso de um colapso do euro, e que na frente interna as políticas sigam o caminho da perfeição, o que é duvidoso, os anos que se seguem vão ser de crise e de sacrifícios.

Nesta atmosfera, e havendo liberdade de circulação, é tão natural que as pessoas procurem saídas em mercados onde elas existam, como esperar que as empresas combatam pela conquista de posições nos mercados em que há negócios para concretizar. Seria preferível ter Portugal a crescer, pelo menos, o suficiente para evitar uma sangria de cidadãos em direcção ao estrangeiro? Seria. Mas, se alguém tiver a receita mágica, que avance e explique como se faz. Isso é que seria verdadeiramente patriótico."

Jornal de Negócios

Abraço!

Ano ainda será lectivo ou já será letivo?

Pelo que tenho visto "em campo", o Acordo, que tem tanto Desacordo, lá vai entrando na rotina.

Quanto ao Professor Raro, tenho algumas (várias) dúvidas que vou tentando esclarecer para entrar na corrente. Há mais do que os "c" ou os "p", não vai ser uma mudança pacífica, mas ficar para trás não me parece opção...

"Ano ainda será lectivo ou já será letivo?

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Corte de 380 M€ na Educação

Já não é grande novidade. Nem onde se vai cortar: pessoal! Somos o maior custo e, pelos vistos, dispensáveis...

Nós, habituados a artes mágicas, gestores incríveis de meios que não temos, tempo que não nos é dado, tarefas que não são nossas, e outros milagres mais, conseguimos (quase) tudo. Se "conseguimos" com 10, porque razão nos vão dar/contratar 20?

"Redução de custos em €380 milhões na Educação

O memorando revisto da troika estipula como meta a redução de €380 milhões do sector da Educação, através da racionalização da rede e pessoal.
A redução de custos na Educação, com o objetivo de poupar 380 milhões de euros, racionalizando a rede escolar e criando agrupamentos, diminuindo ao mesmo tempo as necessidades de pessoal, estão nas metas do memorando revisto da troika.

O documento aponta para uma centralização da oferta, redução e racionalização das transferências para as escolas privadas com contratos de associação e uma maior utilização de fundos comunitários para financiar atividades na área da Educação.

O texto, hoje divulgado, diz que o Governo vai continuar a trabalhar para combater a baixa escolaridade e o abandono escolar precoce, melhorando a qualidade do ensino secundário, a via vocacional e a formação, com vista a aumentar a eficiência no sector, a qualidade do capital humano e a entrada no mercado de trabalho.

Para estes objetivos, o Governo vai estabelecer um sistema de análise, monitorização, avaliação e informação para apurar a evolução dos resultados e impactos das políticas de educação e formação, nomeadamente os planos já existentes.

Mais incentivos ao desempenho
As ações para melhorar a qualidade do ensino passam por generalizar acordos de confiança entre o Governo e as escolas públicas, no sentido de uma ampla autonomia, um quadro de financiamento simples, baseado em critérios de desempenho, evolução e prestação de contas.

Preconiza-se também para as escolas profissionais e particulares com contratos de associação um quadro claro de financiamento fixo por turma e mais incentivos ligados ao desempenho.

O reforço do papel de supervisão da Inspeção-Geral está igualmente previsto.

O Governo deve ainda apresentar um plano de ação destinado a assegurar a qualidade, atratividade e relevância da educação no mercado de trabalho e formação profissional, através de parcerias com 60 empresas ou outros parceiros interessados."

Económico

Abraço!

Revisão curricular: discussão on-line

Digam de vossa justiça.

FNE lança espaço on-line para discussão sobre revisão curricular

Abraço!

"Discriminação" na emigração


Se não mudar o panorama atual, emigrar não é opção para todos os professores. Só algumas disciplinas são contempladas em protocolos com outros países. Eu, por exemplo, fui "discriminado"...


"Governo não tem acordos para todos os docentes no estrangeiro

Só os professores de Português, História e Geografia estão contemplados em protocolos.

Apenas os professores de Português, História e Geografia podem beneficiar de acordos estabelecidos entre o Governo português e os países estrangeiros. Todos os docentes de outras disciplinas não estão abrangidos por qualquer protocolo.

"Só os professores destas disciplinas e que estão na rede oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiro e do Instituto Camões, estão contemplados pelos acordos bilaterais entre o Governo português e os países estrangeiros", assegura, ao Diário Económico, o secretário-geral do Sindicato de Professores Estrangeiros, Carlos Pato. Todos os docentes de outros grupos disciplinares "não estão contemplados por nenhum acordo estabelecido", reforça o dirigente sindical.

Este alerta dos sindicatos é feito depois das declarações do primeiro-ministro, em entrevista ao "Correio da Manhã", onde deixa o conselho aos professores desempregados para olhar para "o mercado de língua portuguesa" e emigrar. "Em Angola e não só, o Brasil também tem uma grande necessidade, ao nível do ensino básico e secundário, de mão de obra qualificada", disse Pedro Passos Coelho que considera como sendo uma possível "alternativa" para encontrar emprego. Durante a entrevista, Passos Coelho deixou ainda o alertou para o facto que "o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos"."

Económico

Abraço!

Emigrar!?


"Emigrar será um bom conselho? Parece que não...

Primeiro-ministro diz que a emigração poderá ser uma alternativa para os professores que não tenham trabalho nas escolas e até sugere "o mercado de língua portuguesa". Sindicatos e docentes não compreendem as afirmações.

As declarações do primeiro-ministro agitaram as águas. Passos Coelho, em entrevista ao Correio da Manhã, admitiu que a emigração poderá ser uma alternativa para os professores que não têm trabalho, chegando a sugerir que Angola e o Brasil são bons destinos para partir. "Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa", referiu.

As reações não se fizeram esperar. A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) ficou indignada com as afirmações de Passos Coelho. "Dizer que têm de emigrar é uma falta de vergonha imensa", comentou Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, à Lusa. E deixou uma sugestão: "Penso que o senhor primeiro-ministro podia aproveitar e ir ele próprio desgovernar outros países e outros povos. Não desejo, no entanto, que esses países e esses povos sejam os nossos irmãos de língua portuguesa".

Manuela Mendonça, coordenadora do Sindicato dos Professores do Norte e dirigente da FENPROF, refere que as declarações de Passos Coelho são "surpreendentes" e "muito infelizes". "Portugal tem grandes problemas estruturais ao nível da educação e, portanto, não pode prescindir de professores", sustenta ao EDUCARE.PT. O discurso político, na sua opinião, deveria ser feito ao contrário. Se há insucesso escolar, se há taxas preocupantes de abandono da escola, os docentes deviam ser incentivados a ficar para "ajudar o país a crescer".

As declarações do primeiro-ministro têm várias leituras para Manuela Mendonça. "Mostram que não há confiança e esperança no futuro e uma incapacidade de resolver os problemas do país." E comprovam, em seu entender, que as medidas de austeridade que têm vindo a ser implementadas, ao invés de resolver algumas questões, vão agravar a crise e as dificuldades. "Este Governo não tem uma estratégia para a saída da crise. Não há saída da crise que não passe por mais e melhor educação", defende. Dizer aos professores para emigrarem, que não são precisos no seu país, é algo que choca, na sua opinião. "É um atestado de desistência do país e de quem nos governa, de quem já não acredita num futuro melhor."

Para Armindo Cancelinha, da Associação Nacional de Professores (ANP), as afirmações do primeiro-ministro são um "balde de água fria", "uma machadada" nas expectativas de quem quer e gosta de ensinar. "Não consigo compreender como é que o primeiro-ministro quer promover o desenvolvimento de um país e diz aos jovens professores que terão de emigrar", refere ao EDUCARE.PT. "Era importante que fosse definido um currículo europeu que possibilitasse aos professores exercerem a sua atividade, no espaço europeu, mas de livre vontade", acrescenta.

De qualquer forma, a ANP teme que o cenário piore para os professores no próximo ano letivo. Os cortes nos salários, nos subsídios e a reorganização curricular poderão significar mais desemprego para a classe docente. Mesmo assim, Armindo Cancelinha considera as declarações de Passos Coelho "incompreensíveis". E os países que sugere não lhe parecem os mais indicados no atual contexto. "Angola é uma sociedade em convulsão e no Brasil há grandes dificuldades em termos de segurança."

Manuela Sousa, professora do 1.º ciclo, tem ouvido atentamente os comentários sobre as declarações do primeiro-ministro. Regra geral, concorda com o que os comentadores têm vindo a dizer aos órgãos de comunicação social. "Foi uma afirmação infeliz", comenta ao EDUCARE.PT. "Em vez de incentivar ou desenvolver o emprego do país, está a mandar os professores para fora, e isso é que é grave". Até porque o dia a dia mostra-lhe que as escolas precisam de mais docentes. "Neste momento, estamos com falta de professores, professores de apoio, e só quem anda nas escolas é que se apercebe disso", garante. Portanto, emigrar não é a solução. "Mais uma vez, rebaixam-se os professores, diz-se que eles não são importantes para a sociedade, em vez de se criarem mecanismos para promover o emprego."

O secretário-geral do PS, António José Seguro, ficou "profundamente chocado" com as declarações do primeiro-ministro. "Significa que é um primeiro-ministro que está demissionário, que está passivo e de braços caídos", reagiu, lembrando que esta não é a primeira vez que o Governo aconselha os portugueses a emigrar. "Estamos a falar de professores, jovens, nos quais o Estado investiu bastante na sua qualificação. Gente qualificada, com inteligência, que está disponível para dar o seu melhor ao país", afirmou o líder socialista."

Educare

Abraço!



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Se for para o que realmente interessa...

Se for para acompanharem melhor os educandos e articularem com a Escola em todas as suas obrigações, podem até ser 3 ou 4.

Se for para fazer o que faz a grande maioria...


Associação pela Igualdade Parental defende dois encarregados de educação

Abraço!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Estudantes inglesas prostituem-se para pagar estudos



E em Portugal? O que é preciso para se poder estudar?

"A tendência não é nova e está longe de ser exclusiva de algum país. Mas os dados que emergiram recentemente em Inglaterra mostram claros sinais de que as raparigas estão a recorrer cada vez mais à prostituição para poderem pagar os estudos."


Abraço!

Adeus DRE's, olá DSAE's

Se é para mudar, que se mude para melhor(?).


"Educação: Direções regionais de educação substituídas por direções de serviço

As direções regionais de educação vão ser substituídas por direções de serviço para apoio às escolas, incluindo jurídico e inspetivo, disse hoje à agência Lusa o dirigente sindical Carlos Chagas, após uma reunião no Ministério da Educação.

De acordo com o presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI), a informação foi avançada pelo secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, durante uma reunião pedida pela estrutura sindical para debater um novo modelo de gestão escolar e alterações à contratação de professores.

"Questionámos como seria feita a articulação às escolas com o fim das direções regionais de educação e sugerimos que deviam ter um jurista para interpretação de leis. O secretário de Estado disse que haveria direções de serviço, que apoiariam as escolas também juridicamente", afirmou Carlos Chagas."

Visão

Abraço!

Quem quer ser professor? Ou deixar de ser...

Quem quer ser professor? Ou deixar de ser...

Quem quer ser meu sócio no "RestGin", o novo negócio do Restaurante+Ginásio inspirado no modelo de uma Escola de Odivelas (ver mensagem abaixo)?

Ministro da Educação: "Não há nenhum professor do quadro que venha a ser despedido"

Ensino público: 2600 professores ficarão sem horário


Abraço!


Polivalência de espaços: comer e exercitar!


Come e logo a seguir abate as calorias... Até pode ser uma bela ideia para o negócio, já que estou à beira do desemprego: abro um Restaurante e um Ginásio, um 2 em 1 com todo o potencial de grande sucesso... "RestGin" soam-me bem...


"Alunos comem no mesmo sítio onde fazem ginástica

Os pais das crianças da escola Barbosa do Bocage, em Odivelas, criticam as condições do estabelecimento onde todos os dias o refeitório é montado e desmontado no ginásio, e os alunos comem no mesmo sítio onde a seguir fazem ginástica.

O ritual diário repete-se desde que a escola foi inaugurada, há dois anos, após obras de reabilitação que custaram quase dois milhões de euros.

Na escola Barbosa du Bocage estudam atualmente 363 alunos, sendo que 293 frequentam o ensino básico e os restantes 70 o jardim-de-infância.

O refeitório improvisado no ginásio funciona só durante o período do almoço, sendo em seguida desmontando pelas auxiliares e o seu chão lavado para que possa receber as aulas de ginástica da tarde, disseram à Lusa encarregados de educação.

Esta situação gera consternação junto dos pais que acusam a Câmara Municipal de Odivelas de ter projetado mal este equipamento escolar.

“Já na altura em que a escola foi inaugurada manifestámos a nossa insatisfação pela falta de condições que a escola oferecia aos nossos filhos. Desde então promovemos várias reuniões com a Câmara Municipal e visitas à escola, mas até agora não obtivemos resposta”, explicou à agência Lusa a vice-presidente da Associação de Pais, Maria Ferreira.

Além da falta de um refeitório os pais queixam-se também de outras deficiências da escola, nomeadamente as casas de banho terem equipamentos sanitários para adultos, sendo só acessíveis às crianças através de um degrau, assim como da ocorrência de infiltrações.

“Devido às últimas chuvas numa das salas caiu um bocado do teto e estamos à espera que a Câmara venha solucionar o problema. Também é comum chover cá dentro”, contou.

A Associação de Pais critica igualmente a falta de espaços exteriores com proteções para o sol e chuva e a existência de várias situações de risco no recreio.

“Os pais estão muito preocupados porque sabem que todos os dias as crianças correm perigo. É raro o dia em que não há braços e pernas partidas e que tenham de vir os bombeiros à escola”, alertou.

O descontentamento dos pais é partilhado pelo vereador independente da Câmara de Odivelas Paulo Aido que acusa o executivo municipal (PS e PSD) de ignorar os avisos dos vereadores da oposição.

“Sempre alertamos a Câmara para corrigir os erros mais graves. O problema é que esta escola foi edificada há apenas dois anos com graves problemas estruturais. São compreensíveis as queixas que recebemos dos pais, dos professores e das auxiliares”, sublinhou Paulo Aido.

A agência Lusa tentou contactar a vereadora com o pelouro da Educação na Câmara Municipal de Odivelas, mas não obteve resposta."

Destak


Abraço!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Preparados para o Acordo Ortográfico?


O tema volta a estar actual na altura em que arranca o novo ano lectivo. Já o referi por várias vezes e até disponibilizo uma mensagem (que podem aceder logo abaixo do arquivo de mensagens deste blogue) com várias ligações para ajudas neste campo.

Como já repararam, eu ainda não comecei a aplicá-lo, mas não posso fugir por muito mais tempo...




"Preparados para a nova grafia?
Sara R. Oliveira | Educare


Aplicação do novo acordo ortográfico arranca agora nos primeiros anos de escolaridade e chega ao Secundário em 2013/2014. Professores e responsáveis educativos defendem ações de formação e avisam que a convivência de duas grafias poderá complicar a adaptação.

O novo acordo ortográfico começa a sair do plano das intenções. Há jornais, canais de televisão e editoras que já adotaram a nova grafia e, este ano, alguns manuais escolares já foram publicados com as regras que progressivamente serão usadas por toda a população dos países de língua oficial portuguesa. No sistema de ensino, os primeiros passos são dados agora.

Para facilitar a vida aos alunos que já interiorizaram uma grafia, há um período de transição em que os erros não serão bem erros. Depois disso, não haverá desculpas. Tudo preparado? A resposta é sim e não.

O diretor do Agrupamento de Escolas da Sertã, Alfredo Serra, considera que ainda há coisas por fazer. "Creio que as escolas não estão preparadas porque nada foi feito para que estivessem", afirma ao EDUCARE.PT. As orientações para que o novo acordo fosse implementado foram dadas. Depois disso, avisa, "não foi feito mais nada".

"O grande problema vai situar-se nos alunos", alerta. O responsável considera que os alunos mais velhos, que entraram na escola com uma determinada grafia, poderão ter dificuldades em adaptar-se. Na opinião de Alfredo Serra, seria importante agendar ações de sensibilização pública, que explicassem o acordo ortográfico, e avançar com formações específicas sobretudo para os professores. "Até para perceber porque foram definidas essas regras ortográficas", refere. As diretivas serão cumpridas à risca no Agrupamento da Sertã. "Vamos cumprir a lei com todos os dispositivos e com a benevolência do período de transição", garante.

Quando há uma novidade, as expectativas são muitas. Para Ana Carvalho, professora de Português, haverá naturalmente dúvidas quanto às novas regras ortográficas e, por isso, a colaboração entre todos será fundamental. "A introdução da nova ortografia vai implicar muitas adaptações na vida das escolas, desde logo no quotidiano da sala de aula, com os hábitos ortográficos que já estão muito enraizados em todos", observa. A velha e a nova ortografia irão conviver durante um algum tempo e há questões a ter em conta. "Impõe-se a necessidade de converter toda a documentação produzida pela escola à nova grafia: projeto educativo, regulamento interno, projeto curricular, plano de atividades, planificação, testes, entre outros", acrescenta a docente.

Há muito trabalho pela frente. Ana Carvalho não sente que os professores estejam totalmente preparados para a aplicação do acordo. Os de Português estarão mais informados. "No entanto, a introdução do acordo será mais um desafio, entre outros, que se prendem com a implementação dos novos programas de Português no Ensino Básico e o novo dicionário terminológico". Na sua opinião, as implicações em termos de trabalho, de estudo e de investigação por parte dos professores são e continuarão a ser grandes. "Não vai ser tarefa fácil introduzir todas estas mudanças em simultâneo, tanto mais que a formação, que se exigia ao Ministério, tem sido dinamizada pelos próprios professores, com o apoio possível dos centros de formação", repara.

A professora de Português acredita que os estudantes vão adaptar-se sem muitos problemas. "O conhecimento dos alunos, neste momento, deverá cingir-se ao que já veem na televisão e ao que vão ouvindo. Será precisamente em contexto de sala de aula que vão tomar verdadeiramente consciência das novas alterações. Aqui o papel do professor de Português será muito importante, não descurando, naturalmente, os demais professores, cujo contributo, no âmbito das suas disciplinas, será igualmente precioso".

As principais dificuldades, em seu entender, relacionam-se com a insuficiente formação dada aos docentes e a existência de uma nova grafia que colide com a velha em livros escolares, artigos científicos e outras obras literárias. "Neste momento, apenas alguns manuais, muito poucos, respeitam o acordo. Por conseguinte, os professores e alunos irão trabalhar neste ano, e nos próximos, ainda com materiais impressos na velha ortografia e isto pode gerar alguma confusão nos próprios alunos e constituir mais uma dificuldade para o professor", salienta.
Na escola de Ana Carvalho tem havido a preocupação de chamar a atenção dos professores para a introdução do novo acordo, nomeadamente divulgando diversos documentos e informações disponibilizados pelas editoras, pela Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular e por vários docentes. A utilização de ferramentas e conversores ortográficos é também valorizada. Tudo para tomarem consciência e se familiarizarem com as principais mudanças ortográficas que também afetarão "a metalinguagem das suas disciplinas". "Penso que a preocupação da escola também se estende à restante comunidade educativa, aos pais e pessoal não docente, que necessitam igualmente de esclarecimento e informação sobre estas alterações do acordo".

"Vai parecer estranho"
Emília Espezinho, diretora do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno, de Bragança, adianta que a introdução do novo acordo tem sido tema de conversa no seio da comunidade educativa. O assunto tem sido divulgado nas reuniões gerais dos professores, no conselho de diretores de turma, na coordenação de departamentos. Todos estão avisados do que é necessário fazer, falta agora investir na formação para passar da teoria à prática. Segundo a responsável, há vontade de marcar uma "formação intensiva nessa área". Uma iniciativa aberta a todos os professores e não apenas aos de Português. A diretora espera que a mudança seja pacífica.

Ana Maria Soares, professora de Português, também acredita que o processo será tranquilo, mas não deixa de fazer algumas observações. O mais complicado, na sua perspetiva, é o ano arrancar com manuais escolares ainda sem a nova grafia. Se todos a tivessem, todos a aprenderiam ao mesmo tempo. "Vai parecer estranho. Uns vão escrever de uma forma e outros doutra. Vai ser confuso", comenta.

"É um trabalho que vai ser iniciado e que vai ser gradual". A docente recorda que nos vários momentos em que o novo programa de Português do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico foi analisado, alguns professores foram tendo formação básica acerca do novo acordo ortográfico. Além disso, sustenta, há um período de transição que ajudará a assimilar as mudanças.

A Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) já definiu o calendário para a aplicação do novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa aos manuais escolares até 2015. O primeiro passo é dado durante este ano letivo. Em 2011/2012, o acordo abrange os livros do 1.º e 2.º anos de escolaridade, a área curricular disciplinar de Matemática do 4.º ano, todas as disciplinas do 2.º ciclo do Ensino Básico - exceto Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica do 5.º e 6.º anos e Língua Portuguesa do 6.º ano -, e o manual de Língua Portuguesa do 7.º ano e o de Matemática do 8.º ano.

Em 2012/2013, o acordo chega ao 3.º ano de escolaridade, às disciplinas de Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica do 5.º ano, ao manual de Língua Portuguesa do 6.º ano, a todas as matérias do 7.º ano - com exceção da Língua Portuguesa - ao Português do 8.º ano e a Matemática do 9.º ano. No ano letivo seguinte, em 2013/2014, as novas regras ortográficas são aplicadas nos manuais do 4.º ano - exceto na área curricular disciplinar de Matemática - nas disciplinas de Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica do 6.º ano, nos manuais do 8.º ano - com exceção de Língua Portuguesa e Matemática -, na Língua Portuguesa do 9.º ano e ainda em todas as disciplinas do Ensino Secundário. Por fim, em 2014/2015, o acordo abrange todas as disciplinas do 9.º ano, à exceção de Língua Portuguesa e Matemática.

A Porto Editora tem, no seu site na Internet, um conversor do acordo ortográfico totalmente gratuito que converte as palavras para a nova grafia e tira todas as dúvidas a quem quer utilizar a nova grafia sem erros. O que muda no emprego das maiúsculas, do hífen, na acentuação gráfica, nos grupos consonânticos e no alfabeto é também explicado com pequenos vídeos. Este conversor não funciona como corretor ortográfico.

Recorde-se que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende criar uma ortografia unificada que seja utilizada por todos os países de língua oficial portuguesa. O acordo foi assinado pelos países lusófonos que decidiram pôr um ponto final a duas normas ortográficas divergentes - a utilizada no Brasil e a usada nos restantes países -, com o objetivo de contribuir para o aumento do prestígio internacional, expansão e afirmação da língua portuguesa. Trata-se de um acordo que valoriza o critério fonético em detrimento do critério etimológico, de forma a aproximar a escrita da forma falada das palavras. A 1 de janeiro de 2012, os serviços e organismos do Estado português terão a grafia adaptada."

Abraço!



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mas ainda estamos longe de estar unidos!


Há muitas ideias, muitos sindicatos, muita preguiça, muito conformismo... Só não há união, daquela "a sério", que nos leve a fechar as Escolas uma semana se for preciso, que mostre que somos importantes e necessários!



"Professores só abandonam ministério depois de terem garantias de Nuno Crato




Em causa estão alterações introduzidas na plataforma informática dos concursos que passaram a mensais os contratos

Os professores que foram "ilegalmente" ultrapassados no concurso de colocação vão concentrar-se hoje, em Lisboa, frente às instalações do Ministério da Educação e Ciência (MEC) e dizem que só abandonam o local quando o problema estiver resolvido.


"Não vale a pena o senhor ministro vir com conversa, porque os professores só querem uma coisa: que seja feita justiça e respeitada a lei", declarou ontem ao PÚBLICO Mário Nogueira, da Fenprof.

Em causa estão alterações introduzidas na plataforma informática dos concursos que passaram a mensais os contratos que antes eram anuais, o que levou a que muitos docentes que concorreram a horários completos se vissem excluídos das listas e ultrapassados por colegas menos graduados. O MEC atirou a responsabilidade pelo problema criado para as escolas, que devolveram à tutela as culpas pela situação.

"Há muito professores que ficaram desempregados de forma ilegal e o ministério tem de assumir a responsabilidade política pelo que aconteceu", disse Mário Nogueira, frisando que "há muitos professores com muitos anos de serviço que ficaram desempregados porque, deliberadamente, foi criada uma situação pelo ministério que teve a ver com a introdução de dados incorrectos no sistema".

A meio da tarde de ontem, o ministro Nuno Crato afirmava, na Anadia, que a concentração de professores marcada para hoje "não tem razão de ser" e que "o secretário de Estado da Administração Escolar já esclareceu todos os pontos que estão em causa". Apesar disso, o ministro mostrou disponibilidade para receber os professores e esclarecer todas as dúvidas."
Abraço!

E que tal esta ideia do PCP?


Não há por aí uma lei para a Função Pública que diz qualquer coisa do género "3 contratos no máximo, ao 4º entra para o quadro"? Pois, deve ser para a "outra" Função Pública... (a tal que interessa estarmos integrados para umas coisas, mas para outras não...)

"Além disso, o PCP apresentou um projecto de lei que garante a vinculação na carreira docente dos professores contratados. Os professores com três ou mais anos de serviço “são integrados em quadro a criar pelo ministério” e “aos docentes detentores apenas de habilitação própria, o governo assegura, no prazo máximo de três anos, o acesso à profissionalização”, pode ler-se no projecto comunista. Caso seja aprovado este projecto de lei só poderá entrar em vigor no próximo ano lectivo."

Abraço!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MEC vai corrigir erros(?)

O que é que o MEC assume como erro?

De quem foi o erro?

Vão corrigir os erros de quem?

Como os vão corrigir?

Este meu pessimismo... eu não era assim...

"Ministério promete à FNE corrigir erros detectados nas listas

A FNE recebeu do Ministério da Educação o compromisso de que serão corrigidos os erros detectados nas listas de colocação de professores e a promessa de que a legislação em vigor para os concursos será revista.

João Dias da Silva, dirigente da Federação Nacional de Professores (FNE), disse, esta quarta-feira, que as injustiças cometidas nas listas por causa da carga horária dos docentes e as regras para a colocação estão mais perto de serem corrigidas.

Uma primeira garantia recebida do Ministério da Educação é de que ainda em 2011 «vamos passar para a revisão de diploma de concurso de 2006 para eliminar aquilo que são factores que consideramos profundamente negativos», disse.

A segunda questão, continuou, foi o compromisso do Ministério no sentido de que «todas as situações verificadas de horários que devendo ser anuais foram temporários voltarão a ser colocadas à disposição dos candidatos que concorreram a horários anuais».

«Se houver circunstância em que o candidato tenha direito a esse lugar, haverá lugar à reposição da situação justa que devia ter ocorrido já na colocação anterior», acrescentou.

Segundo João Dias da Silva, esta situação «não impõe que os professores que já foram colocados percam a sua colocação, mas garante aos professores que não foram colocados nos horários a que tinham direito a colocação nesses horários».

Por ter saído satisfeita da reunião com a Executivo, a FNE não vai aderir ao protesto de sexta-feira convocado pela FENPROF."
TSF

Abraço!

"Não fui eu, foi ele!" - II


Minha não é...


"Professores excluídos: de quem é a culpa?
Educare


Ainda não se sabe. O certo é que milhares de professores que concorreram a horários anuais foram ultrapassados por docentes com menores habilitações e menos anos de serviço. Ministério garante que respeitou os pedidos das escolas, diretores dos estabelecimentos de ensino asseguram que a aplicação não está a validar corretamente.

A polémica estalou. Milhares de professores que concorreram a horários anuais ficaram automaticamente excluídos da lista de colocação porque as vagas anuais se tornaram temporárias - estima-se que mais de 85% dos horários disponibilizados na segunda bolsa de recrutamento eram temporários, quando no ano passado esse valor rondou os 29%. O Ministério da Educação e Ciência (MEC) já assegurou que está a respeitar as indicações dadas pelas escolas. A Federação Nacional dos Professores (FENPROF) pede a anulação do concurso e pondera interpor uma providência cautelar.

A aplicação informática estará a ignorar os docentes que se candidataram a horários anuais porque o sistema só valida horários para um mês? O MEC garante que está a cumprir a lei, mas as escolas asseguram que não se enganaram nos pedidos de horários e que a aplicação transforma horários anuais em temporários. Na semana passada, o ministro Nuno Crato lembrou que sempre houve professores com contratos a termo de um mês. O que mudou, sustentou, foi que a Direção-Geral dos Recursos Humanos da Educação promoveu as contratações na sua plataforma. "Está a fazer-se o mesmo que já se fazia, mas não de forma automática e sem apoio central", disse.

O secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar esclareceu entretanto que os contratos temporários terão a duração mínima de um mês e que duram conforme as necessidades. "O que diz a legislação é que os contratos não podem ter um período inferior a um mês", adiantou João Casanova Almeida. O assunto, que está a perturbar a comunidade educativa, poderá não ser discutido na Assembleia da República. O BE pediu uma audição ao ministro Nuno Crato sobre a questão, mas o requerimento foi chumbado pela maioria PSD-CDS/PP. "Só falta o ministro da Educação contratar professores ao dia ou pagar a recibos verdes", comentou a deputada Ana Drago.

A situação não é consensual e está a agitar águas. O movimento de professores desempregados, criado a partir das redes sociais, vai pedir uma reunião ao Provedor de Justiça a propósito desta colocação de professores e também para abordar a condição precária dos docentes sem trabalho. "Precisamos de uma clarificação, por exemplo, na questão das contratações de escolas por mês. Parece que o Ministério se recusa a contratar ao mês em junho para poder despedir e não pagar os meses de julho e agosto. É um abuso que nos surpreende", referiu, à Lusa, Miguel Reis, do movimento.

A Federação Nacional de Educação (FNE) escreveu a Nuno Crato uma carta sobre o assunto porque, em seu entender, não faz sentido que se substitua professores aposentados ou em licença de parto por contratados a um mês. E considera uma "ilegalidade grosseira" que o prazo máximo de duração dos contratos de trabalho termine a 31 de julho, acusando o ministério de estar a provocar "instabilidade e insegurança" no corpo docente. "Se não quiser pagar o mês de Agosto aos professores que diga isso e seja claro", refere João Dias da Silva, secretário-geral da FNE.

Nos últimos dias, a FNE tem sido confrontada com diversas situações, pediu uma reunião ao MEC que está marcada para esta quarta-feira ao final da tarde. A FNE fez uma recolha exaustiva dos casos que lhe foram parar às mãos e tenciona discutir os que lhe parecem "irregulares". "Temos de perceber qual a origem destas circunstâncias", defende Dias da Silva, secretário-geral da FNE, em declarações ao EDUCARE.PT.

A FNE exige o cumprimento da lei e, para isso, sustenta que é necessário esclarecer as dúvidas quanto aos horários mensais ou anuais, percebendo se o problema está na aplicação informática ou nos horários solicitados pelas escolas ou ainda no procedimento adotado pela Direção-Geral dos Recursos Humanos da Educação. Dias da Silva diz que convém não esquecer o respeito pela graduação e pela manifestação de preferências por parte dos professores.

O Sindicato dos Professores do Norte, que está a contactar vários diretores de escolas para perceber o que passou, concorda que a situação tem de ser esclarecida e resolvida quanto antes. "Está criada uma situação de grande injustiça para os professores e de falta de transparência. Exigimos que o MEC corrija esta situação", sustenta Manuela Mendonça, coordenadora da estrutura sindical, ao EDUCARE.PT.

Depois da indicação da tutela de que as escolas seriam responsáveis pela situação, o sindicato está empenhado em esclarecer o que se passou. Até porque a última indicação é de que os diretores não assumem a responsabilidade nesta matéria. "Trata-se de uma situação que tem necessariamente de ser corrigida rapidamente. É injusto para os professores que só concorreram a horários anuais serem ultrapassados por outros com graduação inferior", afirma Manuela Mendonça.

A Associação Nacional de Professores (ANP) defende que o bom senso deve imperar. "O Ministério diz que a culpa não é sua, que é das escolas. Acontece que este procedimento foi aplicado sem qualquer problema no ano passado. Não vejo que, este ano, as direções das escolas tenham incorrido em tantos erros que lhes permitiram transformar horários que eram anuais em horários temporários", adianta Armindo Cancelinha, da ANP, ao EDUCARE.PT. A associação pede celeridade na resolução do problema. "É necessário averiguar a situação, apurar a verdade e depois agir em conformidade", acrescenta o responsável.

A FENPROF admite recorrer aos tribunais para impugnar a segunda bolsa de recrutamento dos professores se se comprovar a existência de ilegalidades. A hipótese de "recorrer aos tribunais administrativos com uma providência cautelar se houver razões jurídicas para isso, se se provar que há ilegalidades", está em cima da mesa, conforme anunciou Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF - que diz ter conhecimento de uma escola do Norte que quis declarar 14 horários anuais e 13 acabaram por ser validados como temporários. A FENPROF está também a contactar várias escolas para perceber o que está a acontecer."

Abraço!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Não fui eu, foi ele!"

 Lembram-se do "Você decide"?

 Cá vai a versão actual: 

"Os Directores são uma cambada de totós e não sabem mexer na aplicação dos concursos!"

ou

"O MEC faz uma finta ao problema e sacode a água do capote, num golpe de rins digno de um matador de toiros!"

Agora, você decide!


"Ministério responsabiliza escolas pelos problemas nas colocações

O Ministério da Educação e Ciência atribuiu hoje às escolas a responsabilidade por horários que são anuais terem sido transformados em temporários.

Em declarações aos jornalistas esta noite, depois de uma reunião com a Federação Nacional de professores, o director-geral dos recursos humanos da educação, Mário Pereira, garantiu que a plataforma central informática onde são colocados os horários por preencher “não transforma coisíssima nenhuma e respeita em absoluto o que foi colocado pelas escolas”. Vários directores têm afirmado que os horários por preencher eram anuais, mas que foram validados na plataforma da Direcção-geral dos Recursos Humanos da Educação como temporários.

Segundo Mário Pereira, a DGRHE apenas colocou na plataforma o tempo mínimo de duração de contrato. Foi essa a razão pela qual foram acrescentados automaticamente aos horários por preencher apresentados pelas escolas, uma data de Outubro próximo, acrescentou o director-geral.

Questionado pelos jornalistas, o secretário de Estado da Educação e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, escusou-se a confirmar se foi a introdução desta data que poderá ter induzido os directores em erro. “Está explicado o que os vários agentes devem fazer. Se tinham uma necessidade anual, por certo colocaram anual.”.

Segundo Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, na segunda a bolsa de recrutamento para responder a necessidades transitórias das escolas, que ontem fechou, 87,5 por cento dos horários disponibilizados eram temporários.

No ano passado esta percentagem era de 29 por cento. “Não vejo porque é que de um ano para outro tenha de existir relação entre horários anuais e transitórios”, contrapôs Casanova Almeida, acrescentando que “as escolas colocaram os horários que necessitaram”.

Durante o dia de hoje vários professores não colocados indicaram ao PÚBLICO que os agrupamentos de escolas lhes garantiram que tinham horários anuais, mas que não estavam a conseguir disponibilizá-los como tal na plataforma da DGRHE.

Um director de uma escola secundária confirma: o facto de terem sido centralmente introduzidas datas de validade de um mês, levou a que a aplicação informática ignorasse os professores que se tenham candidatado a horários anuais. Isto aconteceu mesmo quando as escolas indicaram, na plataforma, que se tratava de facto de horários anuais.

Adalmiro Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, não esconde a sua indignação e exortou o ministério a provar que foram os directores que se enganaram: “Não acredito que um director de uma escola que precisa de preencher um horário anual o ponha como temporário. Haja Deus! Isso não cabe na cabeça de ninguém”.

A Federação Nacional de Professores vai contactar nesta quarta-feira os directores para tentar apurar o que de facto se passou. Depois desta consulta, “e se os juristas descobrirem ilegalidades, admitimos recorrer aos tribunais administrativos, apresentando providências cautelares para suspender as listas de colocação”, disse Mário nogueira.

Os professores que entretanto foram colocados estão já assinar contratos com as escolas. Na lista de graduação dos concursos muitos deles estão colocados muitos números abaixo dos docentes que ficaram sem lugar. A lista de graduação ordena os professores em função do seu tempo de serviço, dos resultados de avaliação e da nota final da sua formação.

Os professores mais bem colocados habitualmente só concorrem a horários anuais, por isso, foram automaticamente preteridos uma vez que a maioria dos lugares por preencher estavam apresentados como temporários, apesar de em muitos casos se destinarem a preencher necessidades de docentes para todo o ano escolar. “A duração máxima dos contratos era aquela que decorre da necessidade”, confirmou Casanova Almeida."



Fenprof admite ir a tribunal contra colocações "irregulares"

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) admitiu hoje impugnar nos tribunais a bolsa de recrutamento de professores caso se verifique que houve ilegalidades nas colocações, mas o Governo garante que não houve qualquer irregularidade.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião no Ministério da Educação, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou que a organização pondera "recorrer aos tribunais administrativos com uma providência cautelar se houver razões jurídicas para isso, se se provar que há ilegalidades".

Os sindicatos contestam as colocações da segunda bolsa de recrutamento de professores para preenchimento de horários nas escolas, afirmando que nas listas há horários anuais que surgem como temporários e que por causa disso muitos professores graduados que se candidataram a lugares anuais são automaticamente preteridos em favor de outros professores menos graduados.

Por seu turno, o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, garantiu que "não há qualquer ilegalidade nem irregularidade".

"O Ministério da Educação está tranquilo por que está a cumprir a lei e os critérios que a lei determina. As escolas manifestaram os horários que pretendiam, anuais e temporários, e a Direção- Geral dos Recursos Humanos da Educação colocou-os na plataforma informática", referiu.

Para o ministério, a haver responsabilidades por erros na classificação dos horários, classificando-os como temporários quando na verdade eram anuais, será das escolas.

Mas a Fenprof mantém que muitos professores graduados, que indicaram pretender horários anuais, viram-nos fugir para colegas com menos tempo de serviço. A estes terá calhado um bónus: candidataram-se a horários temporários e acabaram por ficar com anuais.

Mário Nogueira afirma que, uma vez que "as escolas não se contactaram em rede" para lançar como temporários horários que eram anuais, "com certeza" que a responsabilidade será do ministério, que provocou algum "equívoco" ou que não deixou as escolas declararem tantos horários anuais.

O sindicalista referiu que uma escola do norte do país quis declarar 14 horários anuais e os 13 validados foram "transformados em temporários".

Mário Nogueira criticou a atual equipa do ministério, que "não se conseguiu libertar" da herança da anterior, que também fez "gafes inacreditáceis em matéria de concursos e colocações".

Afirmou que não se trata de pôr em causa a "seriedade", mas a "transparência" do processo.

A prioridade da Fenprof vai ser agora contactar as escolas para tentar averiguar de quem foi o erro. Quanto aos professores ainda por colocar, podem ter esperança de ainda ter emprego, mas para já estão a "perder tempo de serviço".

Abraço!