terça-feira, 8 de março de 2011

Eles são "espertos", mas nós é que somos os Professores!

Mais uma história da Educação. De certeza que conhecem ou participaram noutras. Se valerem a pena serem contadas, porque não enviarem-nas para professor.raro@gmail.com? Fica o desfio.

Esta é de Michaela Davide, na revista Sábado.



"Perdidos e achados


- Não saem da sala, disse a professora, sem antes eu verificar se tenho todos os testes.

E contou os testes que tinha na mão: 22. Correspondiam aos 22 alunos da turma.

- Podem sair.

Os alunos da turma do 8º ano saíram, já a conversar.

A professora entrou na sala dos professores, poisou os testes em cima duma mesa e foi à casa de banho. Voltou, sentou-se à mesa e começou a corrigir os testes. E corrigiu todos os 21 testes de avaliação. Tornou a contar, a verificar se não estaria um dentro de outro mas não havia dúvida. Saíra da sala de aula com 22 testes e só tinha agora 21. E o que faltava pertencia a um dos alunos mais problemáticos.

- Aconteceu um problema, disse a professora para o aluno na aula seguinte. Temporariamente, o teu teste não se encontra no meu poder e não o consigo localizar.

- A setora perdeu o meu teste?, perguntou o aluno muito calmo.

- Ele voltará a aparecer, disse a professora, mas, entretanto, eu gostava que repetisses o teste. Na próxima aula.

Na aula seguinte, a professora encaminhou o aluno para os cuidados de uma funcionária que o vigiou enquanto ele realizava o teste noutra sala. O aluno retornou, sempre acompanhado pela funcionária, para entregar o teste. A professora recebeu o teste e comunicou-lhe que este seria corrigido no mesmo dia e entregue com a classificação na próxima aula, dois dias depois. Um dia depois, repararam na sala de professores que havia umas folhas em cima da estante, fora do sítio habitual. Passado pouco tempo, entregavam essas folhas à professora. Era o teste perdido. Corrigiu-o igualmente e juntou-o aos restantes. Tinha agora 23 testes.

Na aula, a professora entregou os testes originais a 21 alunos e o teste extra ao aluno lesado. O panorama geral da turma fora bom mas o aluno em questão tivera negativa.

- É pena, disse a professora, até porque tiveste uma oportunidade extra.

- Se a setora não tivesse perdido o meu teste, eu tinha tido positiva, porque o primeiro correu-me melhor.

- Ainda bem que falas nisso, disse a professora, porque tenho uma excelente novidade para te dar. O teu teste apareceu.

- Então, corrija, setora, que vai ver que tenho positiva, disse o aluno.

- Já corrigi, disse a professora, e tens uma negativa ainda mais baixa do que neste que te acabei de entregar.

- O quê?!, disse o aluno, finalmente surpreso. Não é possível!!!

- Ah, não te valeu de nada!, exclamou um colega, divertido e apontando para ele.

A professora não perguntou o que significava aquela exclamação. Afinal, as crianças têm as suas razões que os adultos nunca conseguem compreender. E é bom que assim seja. "
- - - - -

Abraço!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Porque me interessam outras opiniões! Tentarei ser rápido a moderar o que for escrito, para poder ser publicado.