sábado, 27 de agosto de 2011

Novo ano "letivo", mas também "lectivo"

O AO (Acordo Ortográfico) entra em vigor este ano lectivo.

Quase todos os novos livros estão dentro desta ortografia, mas os que vão ser reutilizados dos anos anteriores ainda não.

Pode trazer alguma confusão, mas temos que aceitar este período de transição (um ou dois anos) e acreditar que tudo vai correr pelo melhor.


"Pais preocupados com grafias diferentes em manuais escolares
EDUCARE


Milhares de alunos vão começar a aprender uma nova ortografia do português, mas as associações de pais estão preocupadas com a possibilidade de, por causa da crise, o próximo ano ser "lectivo" para uns e "letivo" para outros.


O presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida, disse à agência Lusa que só no fim do primeiro período se verá que problemas existirão devido à forte possibilidade de existirem na mesma sala de aulas livros com grafias diferentes.

Mas admitida essa possibilidade, do lado dos docentes não parecem existir preocupações: "não antevejo grandes problemas, vamos entrar numa fase de adaptação, transitória, mas da parte das escolas houve um trabalho de preparação bem feito", disse àLusa o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho.

Albino Almeida prevê que "centenas ou milhares" de alunos façam o ano com manuais do ano passado, sem o novo acordo ortográfico, uma circunstância agravada pela crise económica.

"Vemos com preocupação a situação, sabemos que há muitas famílias a pedirem manuais emprestados. Este ano, cerca de 18 mil famílias deixaram de ser elegíveis para o apoio social", indicou.

O presidente da CONFAP acrescentou que há autarquias que costumavam subsidiar a compra dos manuais e que agora estão a dizer "comprem-nos e nós depois reembolsamos", mas que um investimento de centenas de euros em manuais está fora de questão para os rendimentos de muitas famílias.

A presidente da Associação de Professores de Português, Edviges Ferreira, admite que pode haver "algumas confusões" e que a coexistência de manuais diferentes na mesma sala de aula vai originar alguma preparação por parte dos professores.

"Tudo o que é novo implica reflexão, estudo e os professores vão ter que se preparar, vai ser complicado pôr toda a gente a escrever, mas não são assim tantas as alterações", acrescentou.

Edviges Ferreira referiu que "é evidente que os livros de grafias diferentes vão coexistir, mas os professores vão ter de chamar a atenção para a maneira correta de escrever" segundo o acordo.

O acordo estará em todos os livros adotados este ano para o 1.º e 2.º ano do primeiro ciclo do Ensino Básico.

Segundo uma das principais editoras do setor do livro escolar, a Porto Editora, a assimilação da nova maneira de escrever nos manuais "está a decorrer tal como foi definido, em 2010, pelo Ministério da Educação em articulação com a Comissão do Livro Escolar da APEL, num calendário que terminará no ano letivo de 2014/2015".

O responsável pela comunicação da Porto Editora, Paulo Gonçalves, indicou que a adoção faseada visa "minimizar os custos para as famílias, autarquias, livrarias, bibliotecas escolares e editoras, evitando desperdícios desnecessários".

No 4.º ano do Ensino Básico, os manuais de Matemática já deverão ter a nova ortografia, tal como todos os do 5.º - menos Educação Física, Educação Musical, Educação Visual e Tecnológica.

Quanto ao 6.º ano, os alunos já vão aprender em livros adaptados ao novo acordo em todas as cadeiras exceto as de Língua Portuguesa, Educação Física, Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica.

Paulo Gonçalves lembrou que nas salas de aula, tal como nas bibliotecas, nas livrarias e em muitos outros sítios, continuarão a coexistir livros com a "antiga" e a "nova" ortografia", que poderão ser utilizados pelos professores e alunos."

Abraço!

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