sexta-feira, 22 de julho de 2011

Exames nacionais: saiba por que as notas foram más

Na TVI24 têm uma explicação, não sei se é a mais acertada.


Eu tenho uma teoria: será que o Ensino nas Escolas está orientado para os exames a que os alunos estão sujeitos?


Acredito que sejam cumpridos os programas (o que por vezes até pode ser mau: injecção de matéria para ficar tudo dado), mas será que os testes têm  estrutura, dificuldade e modo de abordagem dos assuntos semelhante aos exames?


A ordem é para passar os alunos desde que saibam o "a e i o u" e depois...




"Exames nacionais: saiba por que as notas foram más


Professores falam em «excesso de rigor» na correcção, docentes «sem formação» e perguntas «não compreendidas» pelos alunos



As notas dos exames nacionais do ensino básico e secundário desceram bastante em relação aos anos anteriores e surpreenderam muitos pais, professores e alunos. No caso dos exames do 12º ano, foram mesmo as mais baixas de sempre em algumas disciplinas.

tvi24.pt usou o caso do Português para tentar perceber as razões do enorme falhanço. Falou com vários professores que corrigiram os exames e ouviu queixas de «excesso de rigor» e, em alguns casos, «critérios incongruentes» na correcção e nas determinações dadas pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE).

Mas os problemas não se ficaram por aqui. Apesar do anterior Governo ter criado uma Bolsa de Professores Classificadores, que deveriam ser responsáveis pela correcção dos exames após acções de formação, muitos docentes, não incluídos na bolsa, foram chamados a avaliar os testes.

Além do mais, os docentes responsáveis pela correcção dos exames do 9º ano reuniram-se duas vezes, por determinação superior, para «debaterem» a correcção e, em conjunto com um supervisor, colocarem as suas dúvidas ao GAVE. Mas estas reuniões não foram obrigatórias em relação aos docentes responsáveis pelos exames do ensino secundário.

Exemplos dos critérios de avaliação

Numa das perguntas do exame de português do ensino básico, os alunos foram confrontados com uma estrofe de «Os Lusíadas» de Luís de Camões e tinham de identificar num único texto: o episódio a que pertencia a estrofe, o narrador, alguns grupos de personagens, referir o momento de acção, descrever o estado de espírito das personagens, entre outros pontos.

O aluno podia ter a resposta quase toda certa, mas bastava indicar de forma errada o narrador ou esquecer-se de o referir, para que fosse atribuído «zero» de valor a esta questão. Os professores que falaram com tvi24.pt consideraram «excessiva» esta especificidade, já que num teste normal atribuiriam sempre algum valor à resposta.

E, por isso, fizeram chegar ao GAVE a sua discordância em relação a esta determinação. No entanto, «este ano ao contrário de outros anos», as suas dúvidas, reclamações e sugestões não foram aceites. 

Mas se no exemplo anteriormente dado se «pecou pelo exagero», o mesmo não aconteceu noutras perguntas. Ainda no mesmo teste, em referência a um texto de José Saramago, os alunos deviam identificar «de forma completa e bem estruturada», entre outros itens, as personagens referidas.

Um aluno que não tenha construído essa resposta e apenas tenha indicado nomes como, por exemplo, «Maria, João e Manuel» terá direito a pontos na resposta, mesmo que a sua frase não esteja completa ou bem estruturada. «Se aqui o que o aluno sabe é valorizado, por que motivo isso não acontece em todas as perguntas?», questionam os professores, lamentando a «incongruência».

Em relação ao exame de Português do ensino secundário, outros professores que corrigiram os testes explicaram ao tvi24.ptque os maus resultados se devem em grande parte ao Grupo I da prova. No entanto, reconhecem que noutros anos os critérios foram «mais abertos, nas respostas que não fossem completamente ao encontro do que era pedido».

Na verdade, muito poucos alunos parecem ter percebido o que se pretendia na análise do poema de Álvaro de Campos. Mesmo alunos com notas altas falharam o essencial. Admitindo que nem sempre os jovens lêem com a calma e atenção a pergunta, os professores questionam se «podem todos os alunos estar enganados» ou se as questões podiam estar mais bem colocadas.

tvi24.pt procurou esclarecimentos junto do Ministério da Educação sobre os factos relatados pelos professores, mas até à publicação da notícia não obteve resposta."





Abraço!



Sem comentários:

Enviar um comentário

Porque me interessam outras opiniões! Tentarei ser rápido a moderar o que for escrito, para poder ser publicado.