sábado, 30 de julho de 2011

Elevar a fasquia!

Li este texto de Ana Santiago no Expresso. Na ideia ficou-me o "elevar a fasquia":
se pedirmos 2, os alunos dão-nos 1; Se pedirmos 4, dou-nos 2 ou 3; Se pedirmos 5...


Eu sei, tal como vós, que não é assim tão linear.


Se eu pedir 4 mas o meu colega da mesma disciplina pedir 3 cria-se logo um grande problema: vão protestar porque os outros fazem menos e têm melhores notas, porque a professora dos outros é que é "fixe", os pais não vão gostar de ver os filhos com notas piores do que os outros que tinham um professor que facilita... 


E para pedirmos mais temos que dar mais. E todos estamos dispostos a dar mais? Muitos de nós já dão muito, não podem dar muito mais. Outros dão o suficiente e estão tão enraivecidos com a Escola que nem querem dar mais. Outros ainda pouco dão, mas ninguém os chateia pois inflacionam as notas finais e é isso que os pais, alunos e direcção querem na maior parte das vezes.


Tenho alguma experiência de Ensino. Todos os anos ouço: "o professor é muito exigente". E todos os anos respondo: "não exijo nada que não vos dê!" O ano vai avançando, os alunos vão-se adaptando e muitos acabam por gostar. Outros claro que nem tanto, pois isso de eu exigir dá-lhes muito trabalho...


Mas estou sempre a aprender. Ainda este ano fui obrigado a questionar uma ou outra parte do meu "professor", o que me levou a limar já umas arestas e a deixar outras para limar no próximo ano.


Nos tempos que era mais assíduo na missa, lembro-me de ouvir qualquer coisa deste género: "se queres ser santo basta que te livres de um defeito/pecado por ano..."


"Educação: foco nas soluções para melhorar resultados


Os resultados dos exames nacionais do 9º ano, nomeadamente de Língua Portuguesa e Matemática, ficaram muito aquém do desejável. Aliás, foram considerados os piores dos últimos anos. Se continuarmos assim, que profissionais vamos ter amanhã no mercado de trabalho? 

Somos responsáveis por estes resultados


As últimas notícias sobre esta matéria dão-nos conta que os pais estão preocupados com estes resultados e que a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação pede medidas urgentes por parte do Ministério da Educação. Por sua vez, o Ministro da Educação, Nuno Crato admitiu em conferência de imprensa que "as deficiências consistentemente verificadas mostram o muito trabalho que é necessário realizar para o progresso " naquelas disciplinas, cujo ensino será reforçado nos 2.º e 3.º ciclos.
De facto, talvez este seja o momento certo para repensar as políticas educativas que têm sido adotadas e encontrar soluções que visem melhorar efetivamente a educação em Portugal, com vista a obtermos resultados mais positivos no futuro.
Agora, é preciso não esquecer que esses resultados só serão alcançados se todos os agentes do sistema educativo, e até mesmo da sociedade civil, se empenharem nessa causa.  

Precisamos de "elevar a fasquia"


Recordo-me várias vezes da lição de um professor que tive no 9º ano sobre o "elevar a fasquia" quando nos queixávamos, enquanto estudantes, dos inúmeros trabalhos que ele nos exigia. Esse professor esticava o braço e dizia qualquer coisa como isto: "pois, mas se eu vos peço até aqui (e apontava para o cotovelo), vocês fazem até aqui (e apontava para o meio do ante-braço), se eu vos pedir mais (e apontava para o ombro), acabam por chegar onde eu quero".
Precisamos de "elevar a fasquia" na educação, ela está muito baixa. Se não o fizermos, os resultados serão cada vez mais medíocres na escola e, consequentemente, no mundo laboral.
Um país de alto rendimento constrói-se com organizações de alto rendimento e, por conseguinte, com pessoas de alto rendimento. 

Encontrar soluções para obter melhores resultados


Porque um problema deve ser transformado num desafio e um desafio deve ser o ponto de partida para encontro de soluções, os resultados dos exames nacionais que acabamos de conhecer devem servir de alavanca à adopção de uma nova atitude, de uma nova forma de estar e fazer.
Já agora, e porque para encontrar soluções às vezes temos que sair da nossa zona de conforto, fica aqui este pequeno vídeo extraído do filme "The Ron Clark Story":



Abraço!

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