sábado, 2 de julho de 2011

Estudar para quê? - II

Descobri este artigo através do Correio da Educação e está escrito em "português brasileiro", pois está publicado no Folha de S. Paulo. 

Os americanos começam a questionar se a universidade vale o investimento monetário.

Um curso superior não é sinónimo de emprego ou bom emprego, ideia que já partilhei convosco anteriormente.

Um bom curso profissional (atenção ao "bom") confere saberes suficientes aos alunos para entrarem no mercado de trabalho preparados para lidar com os problemas reais. 

Entram mais cedo para o mercado de trabalho (aos 18/19 anos, no fim do secundário) e, quem sabe, nos 5 anos que iam gastar na faculdade, conseguem melhorar a sua situação profissional (podem ganhar mais, ter mais responsabilidades, um cargo melhor...). mesmo que não consigam, são 5 anos a receber salário sem terem que gastar nos estudos.

Mas isto são ideias. Infelizmente não conheço um estudo em Portugal que fale deste assunto, mas estou muito curioso.



"EUA questionam educação superior

Na esteira da crise econômica, os EUA vivem uma mudança de paradigma no que se refere à importância conferida à educação superior. Cada vez mais gente questiona se vale a pena investir na qualificação acadêmica.

Esse questionamento se espalhou tanto que já foi criado o termo "bolha educacional" para descrever os efeitos da cultura generalizada de que todo mundo deveria ir para a faculdade.

"Essa tendência de rever a "síndrome da universidade para todos" não é nova", disse àFolha o economista Robert Lerman, que estuda educação e emprego no Instituto Urban de Washington. "Mas, com o desemprego em 9,1%, a atenção a ela aumenta."

Por um lado, o mercado não dá conta de absorver as hordas de formandos nas faculdades; por outro, a dívida adquirida para pagar universidades caríssimas já ultrapassa a de cartões de crédito para americanos --deve chegar a US$ 1 trilhão em 2011.

Em 2010, 68,1% dos que terminaram o ensino médio se matricularam em universidades no ano seguinte, segundo o Birô de Estatísticas do Trabalho. Entre 1972 e 1980, essa taxa era de 50%.

No entanto, só 56% dos que se formaram em universidades em 2010 tiveram ao menos um emprego até agora. Outros 22% estão desempregados, e 22% estão em empregos para os quais não necessitam do diploma.

"O grande problema é que não desenvolvemos alternativas de alta qualidade para quem não tem diploma superior", diz Lerman. "Isso é ruim para os estudantes e para a produtividade do país."

VALOR

A mudança de atitude já é visível nas pesquisas. Estudo do instituto Pew deste mês mostra que mais da metade (57%) dos adultos americanos acham que a educação superior não vale o que é preciso gastar para se formar.

O ceticismo se alia à explosão dos preços de cursos. Enquanto a inflação para o consumidor subiu cerca de 107% de 1986 até o fim de 2010 nos EUA, mensalidades de universidades aumentaram 467% no mesmo período.

De acordo com o Conselho de Faculdades dos EUA, para cursos de quatro anos, um diploma universitário custa em média US$ 30 mil para quem vai a instituições públicas (que não são gratuitas) e US$ 109 mil para as privadas.

Apesar do debate, os dados ainda mostram que quem tem curso superior se dá melhor no mercado americano. O desemprego para esse grupo, 4,5%, é menos da metade em relação aos que têm só ensino médio (9,7%)."


Abraço!

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