Agora, o outro lado: o de quem perde o emprego:
"Novas Oportunidades. 800 formadores e 214 técnicos demitidos
Mais de 800 formadores e 214 técnicos que trabalhavam nos Centros Novas Oportunidades (CNO) afetos ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) foram demitidos, revelou a Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos.
Segundo a associação, o IEFP encerrou os CNO e não renovou contratos, que terminaram a 28 de dezembro, de 214 profissionais de educação e formação de adultos que exerciam funções na sua rede de centros.
"Inesperadamente, e para surpresa destes profissionais, o IEFP decidiu proceder à rápida transferência dos processos de qualificação de adultos que tinha em cursos para CNO que ainda se encontram em funcionamento", adiantou, em comunicado.
Além destes profissionais, também "mais de 800 formadores ficaram desempregados, no período de uma semana, sem a possibilidade de recorrer a mecanismos de proteção em situação de desemprego por serem prestadores de serviços (recibos verdes)".
O porta-voz da associação, Sérgio Rodrigues, disse à Agência Lusa que a situação destes formadores "é preocupante porque não têm qualquer tipo de apoio e estão completamente desprotegidos".
Citando o IEFP, a associação adianta que estarão cerca de 50 mil adultos em processos de qualificação nestes centros e que serão transferidos para outros.
A preocupação da associação prende-se com o facto de saber "quem decide o local para onde será transferido o adulto", "quando ocorrerão as transferências" e se existe o risco de transferi-los para centros "cuja continuidade não está garantida e a candidatura pode não ser aprovada".
Sérgio Rodrigues lamentou ainda que não tenha havido uma informação oficial, por parte do IEFP, sobre o encerramento dos CNO a partir de 02 de janeiro.
A Agência Lusa contactou o IEFP, que remeteu esclarecimentos para mais tarde.
A 30 de dezembro e "após insistência da associação", a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) anunciou a possibilidade de manter as equipas em funcionamento em janeiro.
"Continuamos sem uma data prevista para a comunicação dos resultados das candidaturas efetuadas ao financiamento dos CNO para o período de janeiro a agosto de 2012", adiantou Sérgio Rodrigues, lembrando que os CNO "só têm autorização de funcionamento até 30 de janeiro, o que pressupõe que os profissionais que ainda se encontram em funções irão ser dispensados".
Sérgio Rodrigues adiantou que, enquanto não forem publicados os resultados das candidaturas, os centros estão "a funcionar numa gestão cuidadosa de todos os processos, não desenvolvendo todo o trabalho que um CNO pode desenvolver".
A associação diz ainda que "não está a ser efetuado o pagamento da compensação pela cessação dos contratos por caducidade, bem como todos os créditos emergente da relação laboral cessada".
"O que nos tem preocupado acima de tudo tem sido a ausência absoluta de informação por parte da tutela", lamentou.
A única informação que houve por parte do Ministério da Educação foi o encerramento de 20 centros, que já estavam previstos, mas não houve qualquer informação sobre os CNO afetos ao IEFP, os que são promovidos por entidades privadas" e os que funcionam nas escolas, acrescentou."
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