quarta-feira, 8 de junho de 2011

Exames: um sistema de avaliação justo

Concordem ou não, dá-nos que pensar...


Grandes realidades definem-se em curtos momentos: esta é uma verdade que se verifica em quase tudo na vida, e os exames nacionais são também uma dessas situações.
O que é necessário salientar é que antes desse curto momento existiram vários anos de prepa-ração, o que faz toda a diferença pois estabelece uma ligação desse momento de avaliação a todo o percurso escolar na disciplina.
Os exames têm por base um princípio de equidade. Pode-se concordar que qualquer exame procura medir conhecimentos e que é desejável que coloque todos os alunos em igualdade de circunstâncias.

É certo que a seriação não é perfeita mas também é verdade que décadas de investigação vieram mostrar que, não sendo os exames infalíveis, são uma razoável medida dos conhecimentos adquiridos. 
Se a educação fosse igual em todo o lado, seria escusado existirem momentos em que os alunos fossem todos avaliados de igual forma porque isso já seria feito na avaliação contínua. Precisamente pelo facto das realidades das escolas serem tão diferentes que há necessidade de haver exames nacionais.

Sendo do senso comum que algumas escolas tendem a inflacionar os resultados dos seus alunos, por razões diversas, e tendo por base essas atitudes, obter dados objectivos que permitam estudar correctamente a evolução doensino em Portugal e, simultaneamente, seriar com justiça os alunos que concorrem, por exemplo, ao ensino superior, parece muito difícil sem exames nacionais.

É costume tratarem-se as variáveis “trabalho contínuo ao longo de vários anos” e “momento do exame” como se fossem completamente independentes. Na verdade, estão altamente ligadas. Mesmo considerando que há dias de azar e que esse dia pode calhar no dia do exame, essas variações são pontuais e não invalidam a estreita relação que existe entre as duas variáveis acima: de uma forma geral, quanto maior for o esforço e o estudo ao longo dos vários anos da disciplina, melhor correrá o exame.

Vale sempre a pena o esforço pois este aumenta muito as hipóteses de sucesso no momento decisivo. Ou, como disse Thomas Jefferson, “Acredito muito na sorte, pois percebi que quanto mais trabalho, mais sorte tenho”.
De uma coisa não restam dúvidas: não há sistemas de avaliação perfeitos mas há sistemas de avaliação mais ou menos justos; mais ou menos credíveis.
Ora, a única forma de fazer justiça, actualmente, é com critérios de avaliação iguais para todos, isto é, com exames nacionais.

Correio do Minho




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