"Desde que tenho filhos estou muito mais educada. Nem se compara. Sou o orgulho de qualquer avó. Concluo que, ao contrário do que se pensa, são os filhos que educam os pais e não o contrário. É perverso, eu sei, mas é assim. Ora como os pais têm de dar o exemplo, vão assimilando as sentenças educativas e sendo forçados a cumpri-las. Ou seja, a dar o exemplo. E isto, parece que não, mas educa. Ter de cumprir regras todos os dias, ter a preocupação diária de não dar o dito por não dito, transforma qualquer pessoa numa pessoa bem-educada. É o meu caso.
Se dizemos a um filho que não pode dizer palavrões, estamos feitos, nunca mais podemos insultar o condutor da frente; se sentenciamos que não se interrompe, nunca mais conseguimos ter uma discussão de jeito com um socialista; se obrigamos os pequeninos a mastigar de boca fechada e a não chamar nomes feios à sopa, é meio caminho andado para aderirmos a uma alimentação regrada e saudável (sempre de boa fechada). O caso torna-se mais sério quando as regras dizem respeito a questões estruturais como a arrumação, o trabalho, o ambiente, as regras de trânsito, o respeito pelos mais velhos, o cumprimento de horários, a poupança, a preguiça, a gula, a inveja, a vaidade, enfim, tudo.
Um pai quando se põe a educar um filho tem de saber ao que vai; tem de ter consciência de que mais cedo ou mais tarde o feitiço se vira contra o feiticeiro e a boa vida acaba-se. É preciso alertar os pais: se não tiverem cuidado, podem ficar uns betinhos do caraças! "
Inês Pereira - Jornal i
Abraço!
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