Já contava que a deste ano não fosse mexida, nesta altura seria complicado alterá-la. Mas a do próximo ano ser apenas "reformada"(?) - se é tão má, basta remendá-la para ficar melhor?
"Avaliação. Governo quer “reformar” o modelo que os professores gostavam de ver no lixo
Reforçar as competências dos directores ou simplificar o estatuto da carreira dos professores são algumas das novas linhas para a educação no ensino básico e secundário traçado no programa do governo. A primeira desilusão para a classe docente será a não suspensão do modelo de avaliação antes de terminar este ciclo avaliativo.
Só depois de Setembro é que o executivo pretende “reformar” o modelo actual. Reformar é um conceito abrangente, mas que deixará os sindicatos e docentes muito pouco satisfeitos, uma vez que exigiam a suspensão ou revogação do actual modelo. O governo contudo promete tornar o sistema avaliativo dos professores menos burocrático e inspirado no sistema utilizado no ensino particular.
Conceber uma prova de conhecimentos para acesso à profissão docente e ainda a criar um modelo de profissionalização em exercício para novos docentes são outras medidas que este executivo quer implementar.
Na avaliação dos alunos haverá também mudanças, com provas nacionais para os alunos dos 4.º e 6.º ano de escolaridade com maior peso na nota final dos estudantes. O executivo de Passos Coelho quer também criar uma entidade externa e independente do Ministério da Educação com competências para conceber e aplicar as provas e exames nacionais dos alunos.
A racionalização da rede escolar com a fusão de agrupamentos - tal como impõe a troika – ou mais contratos de autonomia com as escolas, alargando as competências dos agrupamentos e autarquias são outras áreas de relevo neste programa.
Nas linhas de acção do governo de coligação está também um reforço no investimento do ensino profissional que passará a ter uma maior ligação às empresas podendo estas vir até a financiar esta via de ensino.
Conheça em baixo o que é novo, o que vai ser revisto e o que vai continuar na educação com este governo.
O que é novidade
Criar de um sistema nacional de indicadores de avaliação da Educação, inspirado em práticas internacionais que permita à famílias tomar decisões informadas
Alargar "progressivamente" a liberdade de escolha para as famílias face à oferta disponível, considerando os estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo
Implementar uma política de avaliação global, incidindo sobre os professores, a escola, os alunos e os currículos
Exames nacionais: provas no final de cada ciclo de ensino, sendo que as provas dos 6.º e 9.º anos passam a ter peso na avaliação final; mantêm-se os exames nacionais para o 11.º e 12.º anos
Criar uma entidade autónoma e independente responsável por conceber e aplicar provas e exames nacionais validados. A unidade deverá cumprir esse objectivo em articulação com entidades “internas e externas” ao ME
- Lançar um programa de formação para os recursos humanos com o objectivo de:
simplificar do Estatuto da Carreira Docente
reforçar as competências dos directores das escolas. - sujeitar os candidatos a professores a uma prova de avaliação de conhecimentos e acesso à profissão que permita seleccionar os melhores
elaborar um modelo de selecção e de profissionalização, em exercício, dos novos professores
Sector privado mais presente na educação
Defender uma política de contratos de associação com estabelecimentos de ensino particular e cooperativo que prestam serviço público em regime de contrato com o Estado
Lançar concursos públicos para contratualização de oferta privada em situações de carência ou ruptura da rede de oferta de ensino
No ensino técnico e formação profissional, as empresas serão incentivadas apoiar as escolas na vertente prática dos cursos, de forma a facilitar a transição para o mercado de trabalho; o financiamento desta rede pode ser partilhado entre o Estado e as empresas
O que vai ser reavaliado:
reformar o modelo de avaliação do desempenho dos docentes de forma a desburocratizar o processo
reformar o modelo de avaliação do desempenho dos docentes de forma a desburocratizar o processo
reavaliar e ajustar o Plano Nacional de Leitura e o Plano de Acção para a Matemática
avaliar as actividades de enriquecimento curricular
avaliar a componente de apoio à família e organizá-la de forma a constituir um estímulo directo para o estabelecimento de relações positivas entre a escola, a família dos alunos e a comunidade local
reestruturar o Programa Novas Oportunidades com vista à sua melhoria
rever o modelo de contratualização da autonomia das escolas, assentando-o em objectivos e incentivos definidos pela tutela e pela comunidade escolar, para que as escolas se possam abrir a projectos educativos diferenciados e credíveis
O que fica na mesma ou é reforçado
prosseguir a política de avaliação e certificação de manuais escolares
estabilizar o processo de organização dos agrupamentos de escolas
contratualizar com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses de um novo modelo de delegação de competências
reforçar o Programa Escola Segura em zonas urbanas de maior risco criando incentivos ao voluntariado da comunidade educativa."
Abraço!
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