quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um contratado não pode ser Excelente

Poupar! É mesmo isto, poupar!

Como já vão avaliar os colegas de topo da carreira têm que cortar nos custos: não há aulas assistidas para contratados! Um contratado não pode ser Excelente!

Mais uma vez, contratado é m#$%a! 

Mais ainda: cada Agrupamento pode decidir como avalia os contratados. Estão a pensar no mesmo que eu? Grande confusão e disparidade nas formas de avaliar e nos resultados...

Enfim... És contratado? Coitado...


"Avaliação docente. Se é contratado, nunca será um excelente professor


Ministério da Educação quer impedir os docentes contratados de solicitarem aulas assistidas, negando-lhes assim o acesso à nota mais alta

Um professor contratado pode ser empenhado, ensinar bem e saber motivar os seus alunos. Pode até ser o melhor de todos, mas nunca será um excelente professor. Este é pelo menos o entendimento da equipa de Nuno Crato, que, no novo projecto de avaliação docente entregue aos sindicatos, os impede de solicitarem aulas assistidas, vedando-lhes desta forma o acesso à nota mais alta.

A condição está expressa de forma inequívoca no n.o 7 do artigo 18.o do projecto que o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, deu a conhecer às associações e federações sindicais: "Não há lugar à observação de aulas dos docentes em regime de contrato." E não havendo aulas assistidas também não há hipótese de ambicionar a menção de excelente.

É um ponto assente na segunda versão apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência que, em contrapartida, prevê outro tratamento para os professores de quadro - estes, se estiverem convencidos de que são profissionais de primeira água, podem pedir aulas assistidas, condição essencial para se candidatarem à classificação de mérito que, contudo, continua dependente de uma quota de 5%, tal como acontecia no documento anterior.



POUPAR: A intenção da tutela poderá ter pouco a ver com confiar ou não nas competências dos docentes contratados, alerta Maria João Gonçalves, dirigente da Associação Sindical dos Professores Licenciados (ASPL): "Esta parece ser mais uma tentativa para economizar dinheiro e recursos humanos." A equação para poupar é simples: ao impedir os contratados de terem aulas assistidas, o ministério está igualmente a retirar uma boa parte do trabalho aos avaliadores externos.

Na proposta da tutela, são os professores de outras escolas que ficam com a missão de assistir as aulas dos colegas. Só que para isso Nuno Crato prometeu reduzir o seu horário de aulas e até retirar as suas turmas, no caso dos docentes do 1.o ciclo do ensino básico. "Evita-se assim reduzir os horários dos avaliadores externos bem como pagar mais deslocações às escolas onde irão assistir as aulas."

Se para a ASPL é "inaceitável" privar os contratados da nota mais alta por uma questão de "equidade" e "deontologia profissional", para a Fenprof esta medida do ministério pode até ser um "indício" de que a avaliação não vai produzir efeitos no concurso para recrutar docentes. "E se por acaso isso acontecer, a tutela já sabe que não contará com o nosso acordo", conta Mário Nogueira.

No modelo anterior, a classificação excelente permitia ao candidato ter uma bonificação de dois valores na lista graduada e, caso o MEC mantenha as mesmas condições, esta poderá ser mais uma desvantagem para os contratados.

DIFERENTES. Não é só na avaliação externa que os contratados têm um tratamento diferenciado. De acordo com o n.o 3 do artigo 28.o, a tutela propõe ainda que durante o ano lectivo de 2011-2012 estes docentes sejam avaliados através de um "procedimento simplificado a adoptar pelo agrupamento". Significa que cada escola decide como vai avaliar os contratados. "Cada estabelecimento de ensino terá as suas regras e as suas sentenças", critica Maria João Gonçalves.

Estão portanto reunidas as condições para abrir mais uma guerra entre colegas, adverte André Pestana, coordenador do movimento reivindicativo de professores 3R: "O ministério está a dividir a classe, criando professores de primeira e de segunda. O que exigimos é tão-só um modelo uniforme para todos, virado sobretudo para a vertente formativa", remata."

Abraço!

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