quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ainda os Ciganos de Beja

Se resultar...

"Escola de Beja com "medidas alternativas" para alunos de etnia cigana

Um agrupamento escolar de Beja vai implementar "medidas alternativas" para 38 dos 63 alunos do 1.º ciclo do ensino básico de um bairro de ciganos que ficaram na escola, porque têm idades superiores à média e alguns são pais.

Dos 63 alunos, 38 têm "idade superior à média relativamente ao ano de escolaridade" em que estão inscritos, como alunos com 14 anos no 2.º ano, outros com 16 anos no 3.º ano e até há alunos que já são pais, disse hoje aos jornalistas a diretora demissionária do Agrupamento de Santa Maria, Domingas Velez.

Para evitar turmas com alunos de "idades desfasadas", ou seja, com crianças de seis anos a frequentar aulas com alunos entre 12 e 16 anos, o agrupamento vai implementar "medidas alternativas", disse.

As medidas, que estão "em estudo" e serão decididas "muito brevemente", visam criar turmas "homogéneas em termos de faixa etária" e para que os alunos mais velhos possam frequentar a escola através de alternativas que "lhes deem escolaridade e competências".

Segundo a responsável, os 38 alunos serão encaminhados para "medidas alternativas", como o Percurso Curricular Alternativo, que pretende "igualar as competências adquiridas pelos alunos por ciclo, mas com disciplinas e currículos adaptados" e com uma vertente prática vocacional e de preparação para a vida ativa ou para seguirem outras vias de ensino alternativas, que lhes permitam adquirir a escolaridade obrigatória.

Após a distribuição, pelos três agrupamentos do ensino básico de Beja, dos 79 alunos do bairro das Pedreiras, de etnia cigana, que tinham aulas no Regimento de Infantaria n.º 3, o agrupamento de Santa Maria ficou com 63 alunos e os restantes foram divididos pelos outros dois agrupamentos, Mário Beirão e Santiago Maior, disse Domingas Velez.

Além dos 63 alunos do bairro das Pedreiras, o agrupamento de Santa Maria tem outros 42 alunos de etnia cigana, oriundos da rua da Lavoura e do bairro do João Barbeiro, e 140 alunos do bairro da Esperança, considerado problemático.

O agrupamento de Santa Maria tem uma "carga" de alunos com "dificuldades de aprendizagem, pouca motivação para o estudo, falta de assiduidade e abandono escolar", disse, referindo tratar-se de "valores" que "influenciam" e "põem em causa" a prática pedagógica dentro das salas de aulas e a aprendizagem de todos os alunos.

As "medidas alternativas" visam "melhorar" esta situação, disse, explicando que as medidas vão ser projetadas seguindo referências de idades, ou seja, só podem frequentar o 1.º ano alunos até aos nove anos, o 2º ano alunos até aos 10 anos, o 3º ano alunos até aos 11 anos e o 4.º ano alunos até aos 12 anos.

Todos os outros alunos, em que "a relação entre idade e ano de escolaridade for superior à média", serão encaminhados para "medidas alternativas", disse.

A distribuição dos alunos do bairro da Pedreiras, que ficou concluída na passada terça-feira, com base num acordo de 2010, é contestada por pais e encarregados de educação de alunos do agrupamento de Santa Maria e levou à demissão de Domingas Velez do cargo de diretora deste estabelecimento.

Domingas Veles esclareceu que o Agrupamento de Santa Maria "não aceitou" o acordo, e, por isso, "não houve consenso", já que só os outros dois agrupamentos "concordaram" com a proposta"


Abraço!

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