"Novos centros escolares dividem opinião de professores e alunos
Melhores condições das escolas e aproximação ao 2.º Ciclo são as principais vantagens encontradas por quem foi abrangido e concorda com esta medida.
Há escolas com poucos alunos. Há escolas antigas a precisarem de obras e há escolas que foram alvo de remodelação. Há, ainda, a vontade de se fazerem novas amizades. Entre muitos outros argumentos, como a necessária contenção orçamental, estes parecem ser os mais utilizados pelos que concordam com a reorganização da rede escolar.
A aproximação dos alunos do 1.º Ciclo a um ambiente que lhes vai ser familiar ao longo dos 2.º e 3.º ciclos é uma das principais vantagens apontadas por Hélder Pais, professor da EB 2/3 de Domingos Jardo, em Sintra. “Os próprios pais sentem um certo conforto e uma maior segurança nesta passagem que consideram ser a maior em todo o percurso educativo dos filhos”, afirma.
Hélder Pais só lamenta os moldes em que a reorganização foi feita, uma vez que “todo o processo devia ter sido acompanhado de um princípio de autonomia das escolas, dando-lhes responsabilidade de criar o plano educativo de determinada área geográfica, articulando desde o pré-escolar ao ensino secundário”.
As condições das novas escolas é outro dos principais aspetos positivos apontados por Maria Augusta Loureiro, professora do Centro Escolar Mestre Arnaldo Malho, em Viseu. Na sua escola, a professora salienta “o acesso a refeições, ATL, acompanhamento dos alunos, maior segurança e melhores condições de recreio”. Foi por isso que os seus alunos “depressa se adaptaram ao novo ambiente escolar”.
Mas cada caso é um caso e concordar ou não concordar varia de acordo com a experiência de cada um. João Martins, diretor do agrupamento de escolas Lindley Cintra, em Lisboa, concorda com esta criação, mas admite que implicou a redução de funcionários e isso “influenciou o normal funcionamento de alguns serviços das escolas, como a nível de secretaria, por exemplo, que fui obrigado a encerrar durante a tarde”.
Casos concretos são exemplo do impacto negativo para alguns alunos.
Depois há os casos particulares, mas que podem ser repetidos em vários alunos, como é o exemplo de Mónica, aluna de 1.º Ciclo do Polo Escolar de Escariz, em Arouca, que viu a despesa dos seus pais aumentar com a mudança de escola. Isto porque dantes era a avó que a levava a pé e agora vai de carro com os pais. Ou o exemplo de Celine, da mesma escola, que se queixa de não poder brincar como dantes, já que os vidros da escola são muito grandes e jogar à bola é praticamente proibido.
Importa relembrar que esta reorganização da rede escolar originou o encerramento de várias escolas do 1.º Ciclo que tinham menos de 21 alunos e à fusão de várias unidades orgânicas em centros escolares, o que obrigou à deslocação de vários alunos para outras escolas e a uma gestão escolar necessariamente diferente."
Correio da Educação
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