segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Será que é um ciberdependente?

Espero que não seja o caso dos mesu estimados seguidores...

"Será que é um ciberdependente?

Adriana Campos - Educare


Actualmente, sabe-se que o uso da Internet pode causar dependência, o que significa que a net se pode tornar o centro da vida da pessoa, à volta da qual tudo gira. A satisfação de necessidades básicas, como comer e dormir, pode mesmo passar para segundo plano, até porque a perda da noção do tempo é muito frequente neste tipo de dependência.

São muito poucos os adultos que admitem ser dependentes de alguma actividade ou substância. Por isso é perfeitamente compreensível que tenha respondido à questão colocada no título da seguinte forma: "Eu, dependente? Não, de forma alguma." Geralmente a vontade incontrolável de ficar no computador a trocar mensagens, a jogar ou a navegar sem destino muito definido é designada como "vício" ou "mania" sem importância de maior. Actualmente, sabe-se que o uso da Internet pode causar dependência, o que significa que a net se pode tornar o centro da vida da pessoa, à volta da qual tudo gira. A satisfação de necessidades básicas, como comer e dormir, pode mesmo passar para segundo plano, até porque a perda da noção do tempo é muito frequente neste tipo de dependência.

Continuando a considerar a hipótese de ter respondido de forma negativa à questão do título do artigo, vamos ver se, analisando bem este conceito, até alteraria a resposta. O "ciberdependente" é alguém que, há pelo menos seis meses, utiliza a internet diariamente, mais de três ou quatro horas por dia, em actividades não relacionadas com o trabalho ou o estudo. Este uso excessivo da net provoca consequências negativas, quer ao nível do desempenho das actividades do dia-a-dia quer ao nível das relações familiares e sociais. Quem falta ao trabalho ou à escola e deixa de estar com a família e os amigos só para estar online é claramente dependente e, provavelmente, precisa de ajuda.

A ideia de que, para alterar este tipo de relacionamento com a Internet, basta o indivíduo querer é falsa, pois a dependência provoca modificações cerebrais, que levam a que o comando da situação já não dependa só da vontade do indivíduo, uma vez que, quimicamente, se produziram alterações no organismo que dificultam todo o processo.

Se, definitivamente, concluiu que não é ciberdependente, será que corre sérios riscos de entrar para este clube? O que os estudos referem é que há efectivamente algumas pessoas mais vulneráveis que outras. Quando um conjunto de factores biológicos, psicológicos e sociais se conjugam e fragilizam o indivíduo, este poderá tornar-se mais propenso a uma dependência, seja ela da Internet ou de qualquer outra actividade ou substância. Concretizando um pouco, se tem dificuldades de interacção social, se não gosta da sua imagem corporal, se tem medo de se relacionar com elementos do sexo oposto e está inserido numa família que não está muito atenta a este tipo de questões, então poder-se-á dizer que o risco de se tornar dependente é maior. Aprofundando um pouco mais e fazendo uso das palavras de Luís Patrício, autor da obra "Droga, aprender para prevenir", a dependência da Internet mostra "um mal-estar mais profundo, porventura de carências afectivas, de dificuldades conjugais, de imaturidade" podendo ocorrer na sequência da "procura de soluções para dificuldades afectivas, sexuais ou lúdicas".

Em alguns países como a França e a Alemanha já existem clínicas especializadas para tratar este tipo de dependência. Em Portugal, ainda não existem consultas especializadas para o tratamento de ciberdependentes, dado que vários especialistas na área consideram que este tipo de dependência pode ser tratado no contexto de uma perturbação social e de personalidade mais vasta.

Como a ciberdependência não escolhe idades, o melhor é estar também atento aos seus filhos, pois o uso excessivo da Internet pode também estar a prejudicar seriamente a vida deles em diferentes áreas."

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