"Escolas de ensino particular fecham portas por três dias
Lusa / EDUCARE
2011-01-24
As 93 escolas com contrato de associação vão fechar portas entre os dias 26, 27 e 28 e estão a preparar o "funeral" do ensino particular e cooperativo à porta do Ministério da Educação.
O porta-voz do "SOS Movimento Educação", Luís Marinho, disse na passada sexta-feira à agência Lusa que "há ainda algumas escolas que estão em fase de consulta aos encarregados de educação", assegurando, contudo, que "todas estão alinhadas neste protesto" contra o corte do financiamento aos estabelecimentos com contrato de associação.
"Há algumas escolas que fecham um dia, outras dois e outros os três dias, mas daquilo que vou sabendo são poucas as que encerram num único dia", afirmou Luís Marinho, também membro da Direcção do Externato de Penafirme, em Torres Vedras, adiantando que para esses dias estão previstas várias iniciativas.
A realização de cordões humanos, envolvendo pais e alunos, com a palavra SOS é uma das acções programadas para este protesto, que vai ser avaliado ao final de cada dia. "Se vierem sinais positivos por parte da tutela, o protesto pode ser suspenso", admitiu o responsável, explicando que o objectivo da contestação é que "quem causou este problema, que foi o Ministério da Educação, o resolva".
O porta-voz garantiu que um eventual boicote às eleições presidenciais de domingo não consta no plano de acção do "SOS Movimento Educação".
"Não foi votada pelos encarregados de educação essa hipótese, mas se acontecer apoiaremos. Estamos solidários perante qualquer iniciativa de protesto que surja", acrescentou.
Luís Marinho disse ainda ser "possível acontecer" o "funeral" do ensino particular e cooperativo à porta do Ministério da Educação.
"Nada está decidido", garantiu o responsável, admitindo que "já existem escolas que têm caixões prontos" para levar até à Avenida 5 de Outubro, em Lisboa.
A concretizar-se, este protesto passará pela colocação, junto ao Ministério, de 93 caixões, um por cada escola com contrato de associação, sendo cada caixão transportado por dois pais e dois alunos.
Com esta acção, os encarregados de educação querem sensibilizar a opinião pública para o "perigo de morte" que correm estas escolas.
Os caixões vão ficar com a tampa ao lado, ficando na mão do Ministério da Educação fechá-los, iniciativa que os pais encaram como um derradeiro apelo à ministra Isabel Alçada para resolver o problema do financiamento às escolas do ensino particular e cooperativo.
Em vigor desde o final do mês passado, após alterações, o diploma que altera o regime dos contratos de associação entre o Estado e o ensino particular e cooperativo engloba a redução dos montantes dos apoios do Estado àquelas escolas e colégios.
Entretanto, a ministra da Educação, Isabel Alçada, considerou na quarta-feira "absolutamente justo" o diploma sobre o regime dos apoios do Estado ao ensino particular e cooperativo, que coloca este financiamento num patamar "equivalente" ao do ensino público.
"O financiamento tem que ser idêntico. Nenhum português compreenderá que se financie a níveis superiores o ensino privado em relação ao ensino público. Tem que ser equivalente", argumentou a ministra."
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