Reconstruindo a imagem profissional do professor
Cristina Sousa - educare.pt
"Os "verdadeiros" profissionais da educação utilizam muitas ferramentas diferenciadas para avaliar como os seus alunos aprendem, bem como para saber aquilo que eles já sabem. Eles usam esta informação para ajudar os alunos a avançarem do ponto da aprendizagem onde se encontram até ao ponto aonde precisam de ir. Os professores organizam actividades, materiais e a instrução com base nos conhecimentos que os alunos detêm e também de acordo com o nível de desenvolvimento que se espera que estes atinjam. Os professores devem ter uma ideia clara sobre as concepções que os alunos têm daquela disciplina. A partir destas interpretações, quer elas sejam positivas ou negativas, o professor poderá começar a fazer o design das lições. Ao fazer a adaptação dos currículos nacionais tendo em consideração as avaliações referidas, o professor poderá mais facilmente tornar acessíveis os conteúdos aos alunos que apresentem mais dificuldades ou que tenham necessidades educativas especiais.
Os professores que agem como profissionais normalmente criam situações de aprendizagem activa para os seus alunos através da organização de debates, do desenvolvimento de pesquisas, de trabalhos de escrita, de envolvimento na avaliação, no uso da experimentação e através da construção de modelos, da escrita de artigos, e construção de produtos em adição ao ouvir e ler informação, assistir a simulações e fazer uso das novas tecnologias.
A capacidade de comunicar com os mais jovens é também decisiva para um bom professor. Esta capacidade passa por gostar de estar com os mais novos, da exuberância barulhenta dos seus comportamentos e do intenso questionamento, uma vez que estes fazem parte do seu processo de crescimento como pessoas. Comunicar com os mais jovens significa criar empatia, significa procurar compreender a realidade através dos seus olhos, o que nem sempre acontece nas salas de aula. Rogers há décadas atrás referia que poderemos assistir a milhares de interacções em sala de aula sem nunca nos cruzarmos com um caso de comunicação clara, de cuidado sensível, de compreensão empática.
Os professores que agem como profissionais esperam que os seus alunos alcancem níveis de qualidade e de excelência muito elevados e por isso mesmo eles próprios agem desse modo, servindo de modelos para os seus estudantes. Eles também dão um feedback constante aos seus alunos o que lhes propicia uma informação preciosa para constantemente reverem os seus modos de trabalho e estudo com vista a alcançar os padrões de qualidade e de excelência desejados."
Este artigo não está completo, apenas extraí esta parte.
Até posso concordar com quase tudo, mas não se aplica facilmente aos contextos educativos por onde tenho passado.
Infelizmente a escola não é um espaço onde há quem quer ensinar e quem quer aprender.
Quem quer ensinar quer condições, estabilidade, respeito, consideração e outras coisas mais que parecem estar fora da moda.
Quem quer aprender acaba por ser diluido na imensa maioria dos que não querem. Querem ser respeitados, querem condições, a atenção e tratamento que merecem, conteúdos que valham a pena aprender, um ensino prático e aplicável na sua vida e outras coisas mais que parecem estar fora de moda (ou, sendo mais "ousado" na afirmação, que nunca estiveram na moda).
"É tudo muito bonito", mas não é real!
Abraço!
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