quinta-feira, 3 de maio de 2012

Revisão curricular: poupar!

É precipitada mas bem pensada. Ou seja, é feita em cima do joelho, mas o objetivo vai ser atingido: poupar!

"Fenprof pede suspensão de revisão curricular "precipitada"



A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) exigiu, esta quinta-feira, junto do Ministério da Educação a suspensão do processo de revisão curricular, tentando evitar que vingue uma "precipitação absoluta" que afirmam que castigará quer alunos quer docentes.

Após uma reunião com o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirmou aos jornalistas que apesar de ter indicação de que os despachos de aplicação da revisão estão a "ser ultimados", a Fenprof ainda espera "que haja alguma reflexão sobre o que está a ser feito".

A revisão da estrutura curricular como é proposta pelo Governo "contém erros, como sucede quando se fazem as coisas de forma precipitada", afirmou o dirigente sindical.

"Isto é uma precipitação absoluta que decorre do Orçamento de Estado. Não tem em conta a qualidade do ensino e os seus interesses. Foi procurar, sem mexer muito nos currículos", poupar dinheiros ao Estado no setor da educação.

Numa tribuna pública que durante a tarde ocupou o passeio em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, e a que assistiram cerca de cem pessoas, Mário Nogueira afirmou que a Fenprof espera que o Ministério da Educação e Ciência "seja responsável", que "evite o disparate" e perceba que se prepara para fazer um "erro grave" do qual não vai poder recuar.

Dividindo a Educação Visual e Tecnológica em duas disciplinas, extinguido a Educação Tecnológica no 3º ciclo e acabando com os desdobramentos nas ciências experimentais, o Ministério mostra a "evidente opção ideológica" por um ensino em que "ler, escrever e contar" é o principal.

Mário Nogueira lamentou que a Educação não seja neste momento regida pela Lei de Bases do Sistema Educativo mas pelo "Orçamento de Estado para 2012, que prevê, por exemplo, cortes de 102 milhões com a revisão da estrutura curricular, 54 milhões com os mega-agrupamentos e alguns encerramentos de escolas e de 101 milhões" com medidas como o anunciado aumento do número de alunos por turma.

Com uma revisão feita "de calculadora na mão", o Ministério quer "livrar-se de ainda mais" professores do que aqueles que ficaram desempregados, afirmou Mário Nogueira, apoiando-se em números do Instituto do Emprego e Formação Profissional que indicam que o desemprego docente "aumentou 225 por cento" entre 2009 e 2011.

A Fenprof antecipa que "esta revisão atinja 10.000 horários docentes"."
JN

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