terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Menos 30 mil professores: a confirmação?

Desta notícia de ontem, do Público, concluo o que não queria calcular: são mesmo muitos os professores que vão ficar de fora no próximo ano lectivo. Como diz Mário Nogueira, se os 30 mil cortes previstos pelos sindicatos fossem irrealistas o ministério da educação pelo menos contestaria-os.

Por outro lado vem o discurso bonito de Alexandre Ventura: "serão colocados nas escolas todos os docentes necessários para o funcionamento das aulas e para a prestação de um serviço educativo com o máximo de qualidade”. Nisto não acredito. se este ano já não o fazem, como o vão fazer com os cortes ainda maiores do próximo? Mas calma, a educação é prioritária para o Sócrates, tudo se resolve... por milagre!

A notícia:



"O Ministério da Educação diz que só em Setembro do próximo ano será possível saber quantos professores serão necessários nas escolas, recusando-se a comentar os números da Fenprof que alerta para o desemprego de mais de 30 mil docentes.


O secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Ventura, esteve hoje mais de duas horas reunido com representantes da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). No final, o secretário-geral da estrutura sindical, Mário Nogueira, disse à Lusa que a reunião foi inconclusiva: “Saímos exactamente com as preocupações com que entrámos”.

Entre as principais “preocupações” estava a possível redução do número de docentes, resultado dos cortes previstos no Orçamento do Estado. As contas feitas pela Fenprof apontam para que "mais de 30 mil professores" fiquem de fora já no próximo ano lectivo.

O secretário de Estado Alexandre Ventura recusou-se a comentar os números avançados pela Fenprof, dizendo que as contas ainda não podem ser feitas, porque cabe às escolas decidir de quantos professores é que vão precisar e essa é uma decisão que só será divulgada no próximo ano lectivo.

“O número de professores será conhecido em Setembro do próximo ano porque há um concurso para satisfação de necessidades transitórias onde se faz a contratação de docentes em função da manifestação de necessidades apresentadas pelas diferentes escolas”, disse à Lusa no final da reunião.

Alexandre Ventura acrescentou que o ministério quer “optimizar todos os seus recursos” mas que vai garantir que “serão colocados nas escolas todos os docentes necessários para o funcionamento das aulas e para a prestação de um serviço educativo com o máximo de qualidade”.

Já Mário Nogueira diz que se o número avançado pelo sindicato fosse surrealista, alguém já teria vindo a público contrariar a informação.

“O silêncio do ministério significa que a dimensão da catástrofe é tão grande como aquela que nós temos vindo a projectar. Se, eventualmente, fosse metade ou um terço daquilo que nós achamos seguramente o ME diria: 'não, vocês estão a exagerar', mas nem isso consegue dizer”, declarou.

Para Mário Nogueira, “quando alguém esconde aquilo que se quer saber é porque sabe que aquilo que esconde é muito, muito grave”.

Para a Fenprof, a situação “não pode ficar como ficou hoje”: “O Ministério tem de nos dizer com rigor quais é que são os impactos nos horários dos professores [no emprego dos professores] das medidas que já começaram a ser tomadas”, disse Mário Nogueira.

Por isso, a Fenprof vai enviar nova carta para o Ministério da Educação exigindo saber quais os impactos das medidas na situação laboral dos professores.

Mário Nogueira diz que o fim da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado colocará no desemprego milhares de professores. Além destas duas situações, lembrou ainda as mudanças para as substituições de longa duração.

O sindicalista referiu ainda que não faz sentido que haja “muito menos professores por escola” numa altura em que se prevê que venha a haver “muito mais alunos nas escolas”, graças a medidas como o alargamento do ensino obrigatório até aos 12 anos de escolaridade ou o esforço no sentido de reduzir o abandono escolar."

Abraço!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Porque me interessam outras opiniões! Tentarei ser rápido a moderar o que for escrito, para poder ser publicado.