segunda-feira, 20 de junho de 2011

A difícil tarefa de Nuno Crato

Há promessas eleitorais para cumprir (?), mas também há as imposições da Troika: poupar, poupar, poupar!

No meio disto Crato tem que conduzir este enorme barco, o motor de uma Nação - não há como fugir, quem não tem boa Educação fica para trás, como temos, infelizmente, ficado.

Ele que esteve muitas vezes contra a nossa Isabelinha agora vai ter que se distanciar das medidas dela: mais uma política de Ensino, como já estamos acostumados quando muda o governo. Mas há medidas que ele vai ter que manter e outras que vai ter que aprofundar para conseguir a poupança que lhe é exigida - 195 milhões de euros. E os maiores gastos são com o pessoal...

"Nuno Crato. Entre a troika e as promessas do PSD

Nuno Crato, o matemático, o professor universitário, o investigador de 59 anos, o divulgador de ciência, esteve sempre entre os críticos mais duros das políticas de Isabel Alçada, censurando o facilitismo nos exames nacionais ou o mérito de tomar boas medidas e depois a capacidade técnica para "anular" as decisões acertadas. Defendeu repetidamente a necessidade de políticas urgentes no ensino da Matemática, menos obsessão com os números, sugerindo mudanças na estrutura do Ministério da Educação, com a extinção dos gabinetes de exames e de estatísticas, que gostaria de entregar a entidades independentes. 

Só que ainda antes de pôr sequer em prática as ideias que já defendeu, o novo ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência tem pela frente a missão de aplicar as medidas da troika, longe de serem populares e longe de agradarem aos 12 sindicatos de professores, que não vão ficar quietos perante um plano de austeridade que envolve redução de pessoal, cortes na despesa ou fusão de agrupamentos de escolas. Para cumprir as medidas inscritas no memorando de entendimento, Crato vai ter de poupar 195 milhões de euros na área da Educação. E ainda cumprir promessas recentes do PSD e do CDS-PP, que piscou o olho ao ensino particular mas agora se vê confrontado com a necessidade de reduzir e racionalizar as transferências para as escolas privadas com contratos de associação. E ainda de um PSD que quis mostrar à classe docente que o modelo de avaliação de desempenho não é para ficar como está. "Saber bem a matéria que vai ensinar" é o mais importante para um professor, defendeu há um ano em entrevista ao i. Para isso, a formação é a peça-chave, com o que até concordam a maioria dos professores.

Revolucionar o modelo de financiamento do ensino básico e secundário é outra tarefa a médio prazo que terá pela frente. As escolas públicas deverão receber mais ou menos recursos financeiros com base na evolução de desempenho e na prestação de contas. Foi isso o acordado com a troika e é isso tudo que leva Mário Nogueira, líder da Fenprof, a temer o pior: "Foi uma pessoa que em determinados momentos teve afirmações que nos preocuparam, em relação ao método de selecção dos professores, à avaliação e à relação público-privado. Não é um nome que nos descanse", contou ao i. Porém, o dirigente sindical avisa que mais importante que os nomes são as políticas, e lembra que no passado "muitas vezes o estilo" constituiu um entrave às negociações. "Vamos ver se isso não acontece outra vez.""

Abraço!

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