Autores do programa de Matemática temem que alunos sejam prejudicados por causa das metas
Os autores do programa de Matemática para o ensino básico, actualmente em vigor, estão contra as metas curriculares e temem que estas tenham "consequências negativas para a aprendizagem dos alunos".
As metas pretendem alterar o que os professores "têm vindo a procurar concretizar na sua prática de ensino, no quadro do programa de Matemática em vigor", dizem os autores, lembrando que o ministro Nuno Crato tem afirmado publicamente que a intenção era maneter o programa. Contudo, as metas "propõem um novo programa muito distinto do programa actual tanto na sua estrutura lógica global como em aspectos importantes dos conteúdos matemáticos", reflectem no comunicado enviado ao PÚBLICO.
Os autores criticam o "carácter muito espartilhado e fragmentado" das propostas, reduzindo a margem de autonomia dos professores e prejudicando a "aprendizagem matemática integrada e articulada". Lamentam a introdução de conceitos "totalmente desadequados" aos anos e a "exclusão indevida" de conceitos que constam no actual programa, bem como a introdução de conteúdos que não estão previstos no programa.
A linguagem utilizada nas metas é "desapropriada" e "alheia à natureza e características da matemática escolar".
As metas não promovem a compreensão, o cálculo mental, o raciocínio e a comunicação matemática, acusam os autores.
A carta está assinada por João Pedro da Ponte, professor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa (IE/UL); Lurdes Serrazina, professora da Escola Superior de Educação do politécnico de Lisboa; Henrique Manuel Guimarães, do IE/UL; Ana Breda, da Universidade de Aveiro; Fátima Guimarães, professora do 2.º ciclo; Hélia Sousa, professora do 1.º ciclo; Luís Menezes, professor do politécnico de Viseu; Maria Eugénia Graça Martins, da Faculdade de Ciências da UL; e Paulo Oliveira, professor do 3.º ciclo.
As metas curriculares vão estar a discussão pública até dia 23 de Julho. De recordar que os autores das metas agora apresentadas não ouviram os autores das metas e dos programas aprovados durante os governos socialistas."
Público
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